Só ...
Este que um Deus cruel arremessou à vida Marcando com um sinal da sua maldição Este que desabrochou com uma erva má Nascida apenas para os pés ser calcada no chão. De motejo em motejo arrasta a alma ferida Sem constncia no amor dentro do coração, Sente, crespa crescer a selva retorcida Dos pensamentos maus, filhos da solidão. Longos dias sem sol. Noites de eterno luto. Alma cega, perdida à-toa no caminho, Roto casco de nau desprezado no mar E árvore acabará sem nunca dar um fruto. E homem há de morrer como viveu: Sozinho, sem ar, sem luz, sem Deus Sem fé, sem pão, sem lar.
(Olavo Bilac)
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