A dádiva da chuva
Sóis frementes se espargem sobre as frontes. Tornando a dor um gesto polissêmico. A terra está crestada, o ar endêmico; Brotam suores como brotam fontes.
É delírio febril de mil amantes, É a face de um deus duro e polêmico, É a ira de um ser esquizofrênico Contra os sonhos de povos arquejantes.
Mas, na terra de gente tão sofrida Onde a busca se faz em bruta lida Surge um raio de luz onde é sombrio.
De surpresa cai chuva e surge a vida Fenecendo o calor de fero estio. E a terra, então crestada, entra no cio.
Barros Alves
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