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TEIAS Cleide Canton
O sereno acumulou-se na pradaria e a teia reluziu no raiar da aurora. Havia passado despercebida como também passam as teias da vida. Palavras e atitudes visando um desfecho arquitetado vão tecendo suas tramas invisíveis, desviando atenções com desculpas amenas, inventando justificativas plenas, arranjando saídas para delicadas situações, contornando a verdade com outras versões, perseverando em tolos argumentos inteligentes e perspicazes, como o passar de linimentos sobre feridas que não causam dor... E o pobre ser mortal, sedento de amor, deixa-se envolver com submissão total. Os sentidos funcionam dependentes dos ventos que balançam as teias que se trançam. Confunde-se a vontade no sonho que se tornou distante demais da realidade. A beleza da superfície impede a visão de profundidade. Mas o sereno dosado pelas mágicas mãos da mãe Natureza o acorda numa manhã qualquer tarde demais para um retroceder, cedo demais para esquecer. Momento de reclusão onde o amor a si próprio se faz presente, é guardião. E o encontro consigo é aplaudido pelo sol que nasce. Ei-lo livre das teias, como se isso por si só bastasse.
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" A poesia da vida,
Faz com que se tenha,
Paixão por Viver."
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SEJA HUMANO DOE ORGÃOS.
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