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General: Lágrimas de sangue
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Respuesta  Mensaje 1 de 3 en el tema 
De: Jatoai  (Mensaje original) Enviado: 28/06/2009 10:23

 

Lágrimas de sangue

Álvares de Azevedo

Ao pé das aras no clarío dos círios
Eu te devera consagrar meus dias;
Perdío, meu Deus! perdío
Se neguei meu Senhor nos meus delírios
E um canto de enganosas melodias
Levou meu coraçío!
Só tu, só tu podias o meu peito
Fartar de imenso amor e luz infinda
E uma Saudade calma;
Ao sol de tua fé doirar meu leito
E de fulgores inundar ainda
A aurora na minhalma.
Pela treva do espírito lancei-me,
Das esperanças suicidei-me rindo...
Sufoquei-as sem dó.
No vale dos cadáveres sentei-me
E minhas flores semeei sorrindo
Dos túmulos no pó.
Indolente Vestal, deixei no templo
A pira se apagar - na noite escura
O meu gênio descreu.
Voltei-me para a vida... só contemplo
A cinza da ilusío que ali murmura:
Morre! - tudo morreu!
Cinzas, cinzas...
Meu Deus! só tu podias
à alma que se perdeu bradar de novo:
Ressurge-te ao amor!
Malicento, da minhas agonias
Eu deixaria as multidões do povo
Para amar o Senhor!
Do leito aonde o vício acalentou-me
O meu primeiro amor fugiu chorando.
Pobre virgem de Deus!
Um vendaval sem norte arrebatou-me,
Acordei-me na treva... profanando
Os puros sonhos meus!
Oh! se eu pudesse amar!... - É impossível!
Mío fatal escreveu na minha vida;
A dor me envelheceu.
O desespero pálido, impassível
Agoirou minha aurora entristecida,
De meu astro descreu.
Oh! se eu pudesse amar!
Mas nío: agora
Que a dor emurcheceu meus breves dias,
Quero na cruz sangrenta
Derramá-los na lágrima que implora,
Que mendiga perdío pela agonia
Da noite lutulenta!
Quero na solidío - nas ermas grutas
A tua sombra procurar chorando
Com meu olhar incerto:
As pálpebras doridas nunca enxutas
Queimarei... teus fantasmas invocando
No vento do deserto.
De meus dias a lmpada se apaga:
Roeram meu viver mortais venenos;
Curvo-me ao vento forte.
Teu fúnebre clarío que a noite alaga,
Como a estrela oriental me guie ao menos
Té o vale da morte!
No mar dos vivos o cadáver bóia -
A lua é descorada como um crnio,
Este sol nío reluz:
Quando na morte a pálpebra se engóia,
O anjo se acorda em nós - e subitneo
Voa ao mundo da luz!
Do val de Josafá pelas gargantas
Uiva na treva o temporal sem norte
E os fantasmas murmuram...
Irei deitar-me nessas trevas santas,
Banhar-me na frieza lustral da morte
Onde as almas se apuram!
Mordendo as clinas do corcel da sombra,
Sufocando, arquejante passarei
Na noite do infinito.
Ouvirei essa voz que a treva assombra,
Dos lábios de minhalma entornarei
O meu cntico aflito!
Flores cheias de aroma e de alegria,
Por que na primavera abrir cheirosas
E orvalhar-vos abrindo?
As torrentes da morte vêm sombrias,
Hío de amanhí nas águas tenebrosas
Vos rebentar bramindo.
Morrer! morrer!
É voz das sepulturas!
Como a lua nas salas festivais
A morte em nós se estampa!
E os pobres sonhadores de venturas
Roxeiam amanhí nos funerais
E vío rolar na campa!
Que vale a glória, a saudaçío que enleva
Dos hinos triunfais na ardente nota,
E as turbas devaneia?
Tudo isso é vío, e cala-se na treva -
Tudo é vío, como em lábios de idiota
Cantiga sem idéia.
Que importa? quando a morte se descarna,
A esperança do céu flutua e brilha
Do túmulo no leito:
O sepulcro é o ventre onde se encama
Um verbo divinal que Deus perfilha
E abisma no seu peito!
Nío chorem! que essa lágrima profunda
Ao cadáver sem luz nío dá conforto...
Nío o acorda um momento!
Quando a treva medonha o peito inunda,
Derrama-se nas pálpebras do morto
Luar de esquecimento!
Caminha no deserto a caravana,
Numa noite sem lua arqueja e chora...
O termo... é um sigilo!
O meu peito cansou da vida insana;
Da cruz à sombra, junto aos meus, agora
Eu dormirei tranqüilo!
Dorme ali muito amor... muitas amantes,
Donzelas puras que eu sonhei chorando
E vi adormecer.
Ouço da terra cnticos errantes,
E as almas saudosas suspirando,
Que falam em morrer...
Aqui dormem sagradas esperanças,
Almas sublimes que o amor erguia...
E gelaram tío cedo!
Meu pobre sonhador! aí descansas,
Coraçío que a existência consumia
E roeu um segredo! ...
Quando o trovío romper as sepulturas,
Os crnios confundidos acordando
No lodo tremerío.
No lodo pelas tênebras impuras
Os ossos estalados tiritando
Dos vales surgirío!
Como rugindo a chama encarcerada
Dos negros flancos do vulcío rebenta
Gotejando nos céus,
Entre nuvem ardente e trovejada
Minhalma se erguerá, fria, sangrenta,
Ao trono de meu Deus...
Perdoa, meu Senhor!
O errante crente
Nos desesperos em que a mente abrasas
Nío o arrojes plo crime!
Se eu fui um anjo que descreu demente
E no oceano do mal rompeu as asas,
Perdío! arrependi-me!

 
 
 
 
 
 
 
 



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Respuesta  Mensaje 2 de 3 en el tema 
De: corazon Enviado: 28/06/2009 22:15
Muchas gracias amiga un cariñito para ti
 
 

Respuesta  Mensaje 3 de 3 en el tema 
De: TATUAJE207 Enviado: 29/06/2009 01:27
ASISTENCIA03bonitomensajeTATUAJE.gif picture by LUZANI66AR


 
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