Pagina principale  |  Contatto  

Indirizzo e-mail

Password

Registrati ora!

Hai dimenticato la password?

EL RECUERDO DE MI SUEÑO
Felice compleanno fantasia2 !
 
Novità
  Partecipa ora
  Bacheche di messaggi 
  Galleria di immagini 
 File e documenti 
 Sondaggi e test 
  Lista dei Partecipanti
  
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
  Strumenti
 
General: O Canto do Silêncio
Scegli un’altra bacheca
Argomento precedente  Argomento successivo
Rispondi  Messaggio 1 di 3 di questo argomento 
Da: Morena Flor  (Messaggio originale) Inviato: 21/05/2018 03:27

O Canto do Silêncio

 
Esqueceu de pendurar a toalha no varal? Esqueceu alguma data importante? Falou algo terrível? Mas ele mal conversou com ela... será que era isso então? O silêncio em troca da ausência? Mas o silêncio era a forma rotineira deles se tocarem, como se despediam. 
 A dimensão da travessia era exasperante. O guarda-chuva, além de pesado, estava cheio de furos. Uma vareta que se desprendeu conduzia a água até seu pulso, invadindo a manga do paletó. O homem atravessava a rua da vergonha, fitando seu próprio olhar no reflexo dinmico dos espelhos formados pela chuva da noite passada. Sentia-se perseguido, as ruas o olhavam com desprezo e desconfiança. O que ele fez de tão ruim ontem, para ter o olhar cruel dela logo pela manhã...? Ela o olhou de uma forma mais agressiva que o tiro.
Ela já deveria saber da arma. Ele cuidava para que nada estivesse à vista, mesmo quando chegava bêbado do serviço. Ainda assim, ela fingia que não sabia de nada. 
O pássaro, que todos os dias vinha dar boa tarde, e a quem ela cuidadosamente espalhava as migalhas de pão, não cantaria mais. Foi o prelúdio da ruína: tudo calou-se. Ela não acreditava nas evidências: sujeira e sangue. O pássaro era seu, um anônimo amante. Aquele que vinha fielmente todas as tardes buscar as migalhas que ela pegava do marido, e que ele tão cordialmente acolhia. E tudo acabou num instante.
Nenhuma palavra. Nada, nem o olhar falava mais. O silêncio era mais cortante que o mais agudo dos gritos, perdurou tanto tempo que ele se esqueceu. Apenas vagava sem rumo, escutando o barulho das poças pisoteadas. O céu chorou durante toda a noite, mas ela não derramou uma lágrima. Não precisava.
Ao passar pela pecuária, viu alguns pássaros na gaiola. Então entendeu! Ao matar o pássaro, foi a ela que matara. A alegria que ela tinha vinha do canto das tardes. Era no pôr-do-sol que ela renascia. Mas ele queria o silêncio. Calou o pássaro, calou sua amada, calando-se para sempre.




Primo  Precedente  2 a 3 di 3  Successivo   Ultimo  
Rispondi  Messaggio 2 di 3 di questo argomento 
Da: Alicia30 Inviato: 21/05/2018 14:03

Rispondi  Messaggio 3 di 3 di questo argomento 
Da: LUNA SOÑADORA Inviato: 21/05/2018 18:14


 
©2025 - Gabitos - Tutti i diritti riservati