Em matéria de auxílio aos que te reclamam a luz da fraternidade, não se deixes guiar pelas aparências.
Não julgues o mordomo do ouro terrestre por afortunado detentor da riqueza.
Muitas vezes, sob anotações e fichas bancárias, é um trabalhador desesperado, vergando ao peso de inquietantes compromissos, quando não seja triste sedento de paz entre as grades da sovinice.
Não suponhas o homem representativo da vida pública como sendo guardião da felicidade.
Em muitas ocasiões, embora ostente o bastão do poder, não passa de infortunada vítima de amargas provas a lhe roubarem o contentamento e a segurança.
Não consideres a mulher exteriormente enfeitada de jóias de alto preço, por veículo de maldade e perturbação.
Quase sempre, no imo da própria alma, sente-se asfixiada por chagas dolorosas de amargura e desencanto, que lhe aniquilam as melhores aspirações.
Não creias que o artista da inteligência, admirável pelos valores intelectuais com que assombra a mente popular seja sempre o instigador da devassidão.
Muitas vezes, na intimidade dele mesmo é um mutilado psicológico, de quem as vicissitudes da Terra furtaram a esperança e a alegria.
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Coxos e estropiados não se encontram simplesmente nos desvãos da indigência.
Respiram com mais freqüência, segundo o símbolo evangélico, nas grandes e luzidas assembléias do mundo, onde se discutem as mais pesadas responsabilidades humanas.
Jesus quando nos pediu atenção para com os irmãos infelizes incluiu igualmente os nossos companheiros que conduzem consigo a bolsa recheada com aflitivos desenganos na vida íntima.
Fujamos ao exibicionismo dos elogios mútuos e das vazias competições em que medimos nossas forças com os próprios afeiçoados em torneios inúteis de vaidade e ilusão.
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Que o entendimento nos ilumine o espírito na jornada para diante e compadecendo-nos uns dos outros, saibamos pavimentar com a verdadeira fraternidade o caminho de nossa libertação.