Preambulo e epílogo
Escreveu-se um preambulo nos flancos
do tempo, um ruído ensurdecedor.
Cambiantes da poesia sendo tantos,
consumiram-se na sombra da dor.
Na toada da noite, um prelúdio,
um uivo atravessando o meio dia,
que o sol e as estrelas só utopia
desabafavam em tom de repúdio.
Quão efémera aguarela dos dias,
palmilhada por pegadas sombrias,
lapidando o rosto da memória!
Aos sonhos de um sonho incontido,
há que abolir o epílogo indevido,
que intenta alterar o fim à história.
Nita Ferreira