CHRISTIAN ROSENKREUZ
E A ORDEM DOS ROSACRUZES
VERDADES ANTIGAS EM ROUPAGENS NOVAS...Y(II)
Una Religión espiritual
A Ordem dos Rosacruzes não é meramente uma sociedade secreta: é uma das
Escolas de Mistérios. Os Irmãos são Hierofantes dos Mistérios Menores, guardiões dos
Sagrados Ensinamentos. Constituem um poder espiritual muito mais potente na vida do
Mundo Ocidental do que qualquer governo visível, se bem que não interferem com a
humanidade a ponto de privá-la de seu livre arbítrio.
Como a senda do desenvolvimento depende em todos os casos do temperamento do
aspirante, há sempre dois caminhos a seguir: o místico e o intelectual. O místico geralmente
carece de conhecimentos intelectuais. Ele segue os ditames do seu coração e esforça-se por
fazer a vontade de Deus tal como a sente, elevando-se sem estar consciente de qualquer
meta definida, e por fim alcança o conhecimento. Na Idade Média as pessoas não eram tão
intelectuais como são hoje em dia. Assim, os que sentiam o chamado para a vida superior
seguiam geralmente o caminho místico. Nos últimos séculos, contudo, desde o advento da
ciência moderna, uma humanidade mais intelectual povoou a Terra. A cabeça venceu
completamente o coração, o materialismo dominou todo o impulso espiritual e a maioria
das pessoas que pensam, não crêem em nada que não possam tocar, provar ou manejar.
Portanto, é necessário apelar para o seu intelecto, a fim de que o coração possa crer naquilo
que o intelecto haja sancionado. Respondendo a esse anseio, os Ensinamentos de Mistérios
Rosacruzes visam correlacionar fatos científicos com verdades espirituais.
No passado esses ensinamentos eram mantidos em segredo para todos, exceto para
uns poucos Iniciados, e ainda hoje estão entre os mais misteriosos e secretos do mundo
ocidental. Todos os chamados “descobrimentos” do passado, que pretendiam revelar os
segredos dos Rosacruzes, não foram mais do que fraude ou resultado de traição de algum
profano, que acidentalmente ou de outra maneira conseguiu captar fragmentos de
conversações, incompreensíveis para todos, menos para os possuidores da chave. É possível
viver-se sob o mesmo teto, em estreita intimidade, com um Iniciado de qualquer escola, e
ainda assim seu segredo permanecer oculto em seu peito, até o amigo alcançar o ponto de
poder converter-se num Irmão Iniciado. A revelação dos segredos não depende da vontade
do Iniciado, mas da qualificação do aspirante.
Como as demais Ordens de Mistérios, a Ordem dos Rosacruzes é formada segundo
linhas cósmicas: se, com esferas do mesmo tamanho, procurarmos saber quantas são
necessárias para cobrir e ocultar da vista uma delas, veremos que são necessárias 12 para
cobrir uma décima-terceira. A última divisão da matéria física, o átomo verdadeiro que se
encontra no espaço interplanetário, está agrupado assim: doze em torno de um. Os doze
signos do Zodíaco que envolvem nosso sistema solar; os doze semitons da escala musical
que contém a oitava; os doze apóstolos que se agrupavam em torno de Cristo, etc., são
outros tantos exemplos desse agrupamento de doze e um. Por tal razão a Ordem dos
Rosacruzes é também composta de 12 Irmãos e mais um décimo-terceiro.
Mas há outras divisões que devem ser notadas. Como vimos, da Hoste Celestial de
Doze Hierarquias Criadoras que estiveram em atividade em nosso sistema evolutivo, cinco
se retiraram à liberação, ficando sete ocupadas com o nosso progresso ulterior. Harmonizase
com isso o fato de que o homem de hoje, o Ego Interno, o microcosmo, atua
externamente por meio de sete orifícios visíveis do seu corpo: 2 olhos, 2 ouvidos, 2 fossas
nasais e a boca, estando os cinco orifícios restantes total ou parcialmente fechados: as
glndulas mamarias, o umbigo e os dois órgãos de excreção.
As sete rosas que adornam o nosso formoso emblema e as cinco pontas da radiante
estrela que lhes ficam atrás, simbolizam as doze Grande Hierarquias Criadoras que têm
ajudado o espírito humano evolucionante através dos anteriores estados mineral, vegetal e
animal, quando ainda carecia de consciência própria e era incapaz de cuidar de si mesmo no
mínimo grau. Destas doze Hostes de Grandes Seres, três classes trabalharam sobre e com o
homem por sua livre vontade e sem nenhuma obrigação de fazê-lo.
Essas classes estão simbolizadas pelas três pontas da estrela do nosso emblema, que
apontam para cima. Mais duas dessas Grandes Hierarquias estão a ponto de retirar-se,
sendo simbolizadas pelas duas pontas da estrela que se irradiam do centro para baixo. As
sete rosas indicam que ainda existem sete Grandes Hierarquias Criadoras em atividade no
desenvolvimento dos seres da Terra. Como todas essas várias classes, da menor à maior,
não são mais do que partes de Um Grande Todo a quem chamamos Deus, todo o emblema
é um símbolo de Deus em manifestação.
O axioma Hermético diz: “Como em cima, assim é embaixo”. Os instrutores
menores da humanidade estão também agrupados segundo as mesmas linhas cósmicas de 7,
5, e 1. Há sobre a Terra sete escolas de Mistérios Menores, cinco de Mistérios Maiores e o
total está agrupado em torno de um Cabeça Central, que é chamado o Libertador.
Na Ordem dos Rosacruzes, sete Irmãos vêm ao Mundo toda vez que as
circunstncias o requerem. Aparecem como homens entre os homens, ou trabalham em seus
veículos invisíveis com ou sobre os demais, conforme seja necessário. Entretanto, deve-se
ter bem presente que jamais influenciam qualquer pessoa contra sua vontade ou contra seus
desejos. Apenas reforçam o bem aonde quer que o encontrem.
Os cinco Irmãos restantes nunca abandonam o Templo, e ainda que possuam corpos
físicos executam todo o seu trabalho nos mundos internos.
O Décimo Terceiro é o Chefe da Ordem, o elo com o Conselho Central Superior,
composto dos Hierofantes dos Mistérios Maiores, que não tratam absolutamente com a
humanidade comum, mas somente com os graduados nos Mistérios Menores.
O Cabeça da Ordem está oculto do mundo externo pelos Doze Irmãos, tal como a
esfera central do nosso exemplo anterior. Nem mesmo os discípulos da Escola o vêem,
porém, nos serviços noturnos do Templo, sua presença é sentida por todos a qualquer
momento em que entre, sendo este o sinal para começarem a cerimonia.
Reunidos em volta dos Irmãos da Rosacruz, como seus alunos, há certo número de
“Irmãos Leigos”, pessoas que vivem em diversas partes do mundo ocidental e que são
capazes de sair dos seus corpos conscientemente, comparecer aos serviços e participar da
obra espiritual no Templo. Foram “iniciados” todos e cada um, no método de assim atuar,
por um dos Irmãos Maiores, sendo que a maioria é capaz de recordar tudo o que lhe
acontece. Todavia, alguns que adquiriram, em vida anterior dedicada ao bem, a faculdade
de deixar o corpo, têm o cérebro incapacitado a receber impressões do trabalho executado
pelo Ego fora do corpo em razão de alguma enfermidade adquirida na presente existência,
ou pelo hábito de tomarem drogas.