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COLABORAÇÕES EM PORTUGUÊS: O Problema da Vida e a sua Solução...(I)
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De: moriajoan  (Mensaje original) Enviado: 26/03/2012 23:55

    O Problema da Vida e a sua Solução...(I)

Entre todas as vicissitudes da vida, embora a experiência
 humana varie muito de indivíduo para indivíduo, há
um acontecimento que e inevitável para todos: a Morte!
Não importa qual seja a nossa posição social; se a vida
que vivemos foi louvável ou não; se nossa passagem
 entre os homens ficou marcada por grandes feitos; se
 vivemos uma vida saudável ou de enfermidades; se
 fomos famosos e rodeados de amigos ou obscuros
 e solitários, chegará um momento em que estaremos
 sós, diante do portal da Morte, e seremos forçados
 a dar um salto no escuro.
O pensamento sobre esse salto e o que possa existir
além, força toda criatura a pensar. Nos anos de juventude
e saúde, quando o barco da nossa vida navega nos mares
 da prosperidade, quando tudo nos parece belo e
brilhante, podemos por de lado tal pensamento; mas
 certamente chegará um dia na vida de toda pessoa
sensata em que o problema da Vida e da Morte
 impor-se-á à sua consciência, recusando-se a ser
 posto de lado. Nem será de grande proveito aceitar uma
 solução preconcebida, forjada por qualquer um, sem
reflexão e na base da fé cega, porque esse é um problema
fundamental que cada pessoa deve resolver por si
mesma, para ficar satisfeita.
No limite oriental do Deserto do Saara está a mundialmente
 conhecida Esfinge, com sua face impenetrável voltada
 para o Leste, sempre saudando o Sol, quando seus
primeiros raios anunciam um novo dia. Diz a mitologia
 grega que era habito desse monstro formular um enigma
 a todo viajante, devorando aqueles que não sabiam
responder acertadamente. Mas quando Édipo resolveu
o enigma, a Esfinge destruiu-se a si mesma.
O enigma que a Esfinge propunha aos homens era o
 da Vida e o da Morte, uma questão que tinhatanta ç
importncia naquele tempo quanto hoje, e para o qual cada
um deve encontrar uma resposta ou será devorado na
 mandíbula da morte. Mas, uma vez que a pessoa tenha
 encontrado a solução para o problema, tomar-se-á
 evidente que, na realidade, a Morte não existe e aquilo
que se parece com ela não passa da mudança de um
estado de existência para outro. Portanto, ao homem
que encontra a verdadeira solução para o enigma da vida,
 a Esfinge da morte deixa de existir e ele pode elevar sua
 voz num grito triunfante: "Oh Morte, onde está o teu
aguilhão? Oh tumulo, onde está a tua vitória?".
Várias teorias tem sido formuladas para se resolver esse
 problema da vida. Essas teorias podem ser divididas em
 duas classes fundamentais: a teoria monística, que sustenta
 que todos os fatos da vida podem ser explicados,
 tomando-se como base este mundo visível no qual vivemos,
 e a teoria dualista, que explica uma parte destes fatos por
fenômenos da vida ocorridos em mundos que estão fora do
alcance da nossa visão física.
No seu famoso quadro "A Escola de Atenas", Rafael
apresentou de uma forma muito hábil as atitudes
dessas duas escolas de pensamento. Vemos nesse
maravilhoso quadro um átrio Grego, semelhante aqueles
em que os filósofos outrora costumavam congregar-se.
 Sobre os diversos degraus que conduzem ao interior do
 edifício, vê-se um grande número de homens
mergulhados em profunda conversação, mas, no centro,
 no cimo dos degraus, permanecem duas figuras que se
supõe serem Platão e Aristóteles, um apontando para
cima, o outro para a terra, encarando-se mudos, mas com
profunda e concentrada determinação, cada um pretendendo
convencer o outro de que sua opinião é a verdadeira, porque
 ambos estão convictos em seu coração. Um deles sustenta
que é feito do barro da terra, que veio do pó, ao qual
voltará; o outro advoga firmemente a idéia de que há algo
superior que sempre existiu e continuará existindo, não
 importa o que possa acontecer ao corpo em que se vive agora.
A questão de saber quem está certo ainda se acha sem
 solução para a grande maioria da humanidade. Milhões
de toneladas de papel e muita tinta foram gastas em tentativas
 inúteis de chegar-se à resolução da questão com argumentos,
 mas permanecerá a interrogação para todos que não
solucionaram o enigma por si mesmos, porque esta é uma
questão fundamental, faz parte da experiência da vida de
cada ser humano resolvê-la e, portanto, ninguém pode nos
 dar a solução final para a nossa satisfação. Aqueles que
 realmente solucionaram esse problema, tudo o que
podem fazer é mostrar aos outros o caminho que os levou
 a encontrar a solução e, desse modo, conduzir o
 investigador para que também possa pelos próprios
 esforços chegar a uma conclusão.
Esta é a finalidade deste pequeno livro. Não se pretende
 oferecer uma solução para o problema da vida, para que
ela seja aceita cegamente, pela confiança na capacidade
 de investigação do autor. Os ensinamentos aqui expostos
 foram oferecidos por meio da Grande Escola Ocidental
de Mistérios Ordem Rosacruz, e são o resultado dos
 testemunhos de grande número de videntes exercitados,
 e que foram comunicados ao autor e suplementados por
 sua investigação pessoal dos planos atravessados pelo
 Espírito na sua jornada cíclica, desde o mundo invisível
até este plano de existência e o seu retomo.
Não obstante, adverte·se o estudante de que o autor
 pode ter entendido de modo errado alguns dos
 ensinamentos e de que, apesar do maior cuidado que
teve, pode ter tomado algum ngulo errôneo daquilo que
acredita ter visto no mundo invisível, no qual as possibilidades
de se equivocar são múltiplas. Aqui, no mundo que nos
 cerca, as formas são fixas, não mudam facilmente; mas
no mundo ao nosso redor, perceptível somente à visão
espiritual, podemos dizer que não existe realmente a forma
e que tudo ali e vida. Para ser mais exato, as formas
são tão mutáveis que as metamorfoses descritas nos
contos de fadas ocorrem ali com uma freqüência
impressionante e, por esta razão, temos as surpreendentes
 revelações de médiuns e clarividentes inexperientes que,
 embora honestos, são enganados pela ilusão da forma,
 que é efêmera, por serem incapazes de ver a vida, que
 constitui a base permanente da forma.
É preciso que aprendamos a ver nesse mundo. A criança
de poucos meses ainda não consegue avaliar bem o
espaço e pretende apanhar objetos que estão fora do seu
alcance, até que aprenda a calcular as distncias. Uma
 pessoa cega que readquire a capacidade da visão por
 uma operação, no princípio estará inclinada a fechar os
 olhos quando for de um lugar para outro, e dirá que, para
 ela, e mais fácil caminhar pelo tato do que pela visão,
devido ao fato de que ainda não aprendeu a usar sua
nova faculdade. Do mesmo modo, a pessoa cuja
visão espiritual se tenha manifestado recentemente, precisa
de treinamento e, neste caso, a instrução é ainda mais
 necessária do que à criança e ao cego já mencionados.
 Negar a alguém essa instrução seria o mesmo que
colocar uma criança recém-nascida num berçário onde as
paredes fossem recobertas por espelhos de diferentes
 curvaturas, côncavos e convexos, que retorcessem e
 desfigurassem sua própria imagem e a dos que a
assistem. Se uma criança crescesse em tal ambiente e
 não lhe fosse possível ver a forma real das coisas, a
 sua e a dos companheiros, naturalmente acreditaria
 que as formas reais seriam aquelas deformadas que se
 habituou a ver, quando, na realidade, os espelhos seriam
 os causadores dessa ilusão. Se a criança e as pessoas
 envolvidas numa experiência desta índole fossem um
dia retiradas desse lugar ilusório, não seriam capazes
 de reconhecer as formas naturais até que fossem
devidamente treinadas para isso. Aqueles que desenvolveram
a visão espiritual estão expostos a sofrer tais ilusões, até
 que sejam instruídos para ajustar-se à distorção e ver a
vida, que é permanente e estável, desprezando a forma,
 que é evanescente e instável. O perigo de ver as coisas
 fora de foco permanece sempre e é tão sutil que o autor
 sente o dever imperativo de advertir aos leitores para que
 tomem todas as suas citações referentes aos mundos
 invisíveis com a maior cautela, pois ele não tem a
 menor intenção de enganar ninguém. Sente-se, antes,
 inclinado a aumentar do que a diminuir suas próprias
 limitações, e aconselharia o estudante à não aceitar nada
do que o autor escreveu sem primeiro raciocinar por si mesmo.
 Desse modo, se ele se enganar, ter-se-á enganado sozinho,
 não podendo censurar o autor por isso.

 
 

 




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