

ENTRE PEDRAS
“Entre as pedras, escapa-se o amor das ondas,
as areias perderam o brilho que o luar lhes deu,
deixando minha pele nua de desejos áridos.
E o que escapou, mudou o meu planeta interior.
Bendita seja a noite de estrelas,
de mil brilhos brancos
trazidas por borboletas
ainda mariposas encantadas.
A vida, é muda, estranha, complexa,
dá trabalho perceber como funciona.
Pelos teus olhos, sei que por lá passaste,
porque sinto neles desilusão, divagam
sozinhos, amargurados, vazios de luar.
Ó querida amiga, porque choras e te torturas,
porque acompanhas essa dor e não a cura?
porque sobes os degraus negros,
tristes, escorregadios
do outro lado nada existe,
só almas de animais perdidos.
Recolhe este meu verso, e desvenda a nossa alma,
pelos teus olhos, refugia-te na saudade, sente e ama.”
“os meus ditos, são escritos”
@ J. Gomes. – 2022. (1961)

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