Encantamento Ane Franco Ah! Quem me dera ter a beleza da leoa Tão selvagem e atrativa Na passividade de fera Com os passos lentos Olhos atentos em espera A cabeleira selvagem Num domínio soberano Impondo sempre a vontade Em gestos tão estudados Traiçoeiras finas garras A leoa preguiçosa Que ironiza e desdenha A presa por entre os dentes Quem me dera ter dominio Pelo espaço infinito Ser uma Águia tão bela Que desafia em um grito O sol, o trovão e o vento Abrindo as nuvens no ar E sobre o monte mais alto Se aninha a contemplar La do alto olha a víbora Se rastejando no chão Paisagem ampla e perfeita Seu voo vai rente ao chão Transcendental espetaculo Flexa certeira no céu Bicando sempre no fígado Do imortal Prometeu
Quem me dera ser a Deusa Das lendas desse sonhar Ser uma Iara encantanda Nas aguas de Yemanjá Lavando todas as feridas Trazendo paixão no ar Transformando o Boto em homem Pelas noites de luar Que os sorrisos se desprendam Ao toque de quem amar Que os olhos penetrem a alma e os lábios queiram beijar Nos mistérios e desejos Das filhas de Zeus no ar Ane Franco
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