Quem é essa moça que passa tilintando as pulseiras
Às vezes alegre canta, rodopia sorrateira
Busca no olhar um irmão, afoga a saudade num pranto
Nos cabelos uma flor, o lenço serve de manto
Faz da noite uma alegria afastando o desamor
Sorrindo ela leva a vida, como se não existisse dor
Ah! Essa moça corre solta como a brisa da manhã,
Tem o dom de olhar a sorte, tem a vidência do amor
Sabe os mistérios da vida, chora as misérias do mundo,
Socorrendo almas insanas, cicatrizando as feridas.
Reverencia o sol, amante da natureza
Abre o leque sobre a face, com altivez e beleza
O seu olhar penetrante tem mistério e sedução
No peito uma brasa acesa que simboliza a paixão
Ah! Essa moça é cigana sua mística aura reluz
Nos recantos dos sonhos embala, a sua dança seduz
Sob um monte encantado onde a relva adormeceu
Desperta a minha alma
Essa cigana sou eu!
Ane Franco