Antony trazia no peito a saudade, e a esperança de uma vida melhor.
Acordou em seu aconchegante quarto sentindo-se aquecido e reconfortado na maciez da cama.
Afastou as cobertas para o lado e levantou-se calmamente calçando o chinelo, levantou-se espreguiçando o corpo.
Passou as mãos pelos cabelos num gesto habitual, então afastou as cortinas e abriu a janela.
Sentindo o ar da manhã tocar o seu rosto, aspirou profundamente sentindo-o penetrar, preenchendo seu pulmão.
Olhou para a rua e viu uma mulher que passeava tranquilamente pela calçada de mãos dadas com um garotinho.
Eles atravessaram para o outro lado onde ficava um parquinho, o menino soltou-se dela correndo pela areia e caiu.
A mulher foi até ele levantando-o do chão, espanando-o com as mãos e o abraçou.
De onde Antony estava ele via aquela cena como se sentisse aquele abraço,
pensou que nenhuma mãe merecia ser privada desse ato sublime.
Fez mentalmente uma oração, respirou fundo e foi se preparar para mais um dia que começava,
aceitando-o como um presente do céu.