Ninguém nega que em torno de nós, agitam-se multidões rogando paz, ignorando como saírem do tumulto.
Impossível, igualmente, desconhecer que não está em nossas mãos arrebatá-las de vez ao
torvelinho de inquietações que criaram para si mesmas. Entretanto, ser-nos-á possível
estabelecer o reino da paz em nós mesmos, irradiando tranqüilidade e otimismo onde
estivermos.
Comecemos pelas bases da compreensão.
Se nos ajustarmos às leis de equilíbrio que nos governam, reconheceremos que os desacertos
do mundo são justificáveis.
Aqueles mesmos que se nos fazem companheiros no cotidiano, são portadores dos pequenos
desajustes que apresentam a soma das grandes crises que afetam a comunidade nos dias atuais.
Esse, possui recursos materiais para a garantia do trabalho, mas sofre a sede de lucros excessivos e imediatos. Outro, dispõe de competência para servir, no entanto, embora seja
razoavelmente remunerado, reclama sempre novas e mais elevadas compensações.
Aquele, evidencia notável saúde física, mas entende que o tempo deve ser dissipado em
distrações vazias.
Aquele outro, carrega indisposições que nada faz por superar e, sobretudo, exagera
sintomas, em prejuízo de si próprio.
Outros ainda se ressentem, ante a incompreensão alheia, e trazem o coração conservado no
vinagre do melindre ou da rebeldia.
Todos, porém, são detentores de altas virtudes potenciais.
Abstém-te de fixar as deficiências do companheiro e procura destacar-lhe as qualidades nobres, nas quais se caracterizam de alguma forma.
Examina o bem, louva o bem e estende o bem, tanto quanto puderes.
A paz pode passar a residir hoje mesmo em nosso campo íntimo. Basta lhe ofereçamos o
refúgio da compreensão e isso depende unicamente de nós.
Tanto quanto puderes, burila-te, no relacionamento com os outros e aperfeiçoa tudo aquilo que já conheces.
Autor: ( Emmanuel e Francisco Cndido Xavier)