Veneno
Ane Franco
Sinto em minha boca
O gosto amargo do veneno
Percorrendo minhas veias pulsantes
Deixando esvair a vida
Na completa solidão
Escorre por entre os dentes
As magoas que me inundaram
Todo rancor mascarado
Em uma falsa ilusão
O vidro fosco revela
A sujeira alucinante
Da loucura adormecida
No fundo do coração
E o que será da vida?
Nessa espera amanhecida
Vendavais que me apavoram
Sem amor nem compaixão
Ane Franco
|