A ordem chegou com pressa Numa arrogncia tamanha Invadindo a Amazônia Queimando e desmatando Desviando os riachos Revirando toda a terra E o progresso atrazado Andava em marcha lenta Nas trombetas de um soldado Caminhando sonolento
A ordem deitou o reio Ditou com voz de prisão Torturou os estudantes Dominou toda a nação Deichou mães desesperadas Com vela e terço nas mãos Enlouqueceu tantas mentes Sem pedir aprovação
O progresso ali parado Com cara de solidão Nas poeiras das estradas Pedindo por compaixão varíola, dengue e malária, Nos corpos sobre o caixão Andou na Serra Pelada Com ouro da ilusão E descançou nas calçadas Nas filas da educação
Ordem e Progresso nos juros No preço do arroz e feijão No gado com aftose Na falta de medicação Na mesa sem pão do pobre Na carne de exportação Na politica paternalista Bolsa escola enganação
Ordem e progresso é o grito Dos excluidos sem lar Do salário defasado Que não consegue pagar A conta de luz e água Do barraco que alugar Dos peregrinos que marchão Com os pés descalços no chão Sonhando um futuro próspero Para a proxima eleição