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Crono não era apenas um deus violento e ávido de
poder.
Ele presidia uma raça de homens a que os deuses
tinham dado uma existência amena e pacífica,
semelhante à deles.
Como os deuses, os homens não envelheciam e não
sabiam o que era cansaço nem dor.
Para se alimentar, não precisavam trabalhar, porque a
terra, sem ser cultivada,produzia o ano inteiro frutos
em abundancia.
Sem esforço, portanto, os homens colhiam frutas
deliciosas nos arbustos, abaixando-se somente para
catar os morangos
saborosíssimos que a natureza lhes oferecia. Não
necessitavam usar roupa, porque só havia uma
estação, a primavera.
Sua vida tranqüila era marcada por festas em que as
relações de amizade e mútuo bem-querer se
expandiam.
Esses tempos eram chamados de idade de ouro
porque tinham a pureza, a riqueza e a eternidade do
ouro.
Mas essa raça de homens acabou se extinguindo, e
outra a sucedeu.
Em seguida, os deuses criaram do barro os seres
vivos.
Sem perceber, privilegiaram os animais, em detrimento
dos homens.
De fato, os primeiros receberam as qualidades físicas
que lhes permitiam se adaptar perfeitamente ao meio
natural.
Alguns, como o urso, foram dotados de grande força;
outros, menores, como os passarinhos, ganharam
asas para fugir.
A divisão parecia eqüitativa, e as qualidades
distribuídas entre as diversas espécies se
equilibravam.
Mas uma das espécies foi esquecida: a humana.
Com sua pele apenas, os homens não podiam
suportar o frio, e seus braços nus não eram suficientemente robustos
para combater os animais selvagens. A raça humana
estava ameaçada de extinção...
Prometeu, filho do titã Jápeto, sentiu pena dos fracos
mortais.
Ele sabia que a inteligência deles possibilitaria que
fabricassem armas e construíssem abrigos
se eles tivessem meios para isso, mas lhes faltava um
elemento essencial:
o fogo. Com o fogo, poderiam endurecer a ponta de
suas lanças, a fim de torná-las mais resistentes, e se
aquecer em seu lar.
Ora, os deuses conservavam com o maior cuidado a
preciosa chama só para si.
Prometeu teve que penetrar discretamente na forja de
Hefesto, o deus do fogo, para roubar a chama,
que levou para os homens oculta no oco de uma raiz.
Zeus não ignorou por muito tempo esse furto.
Assim que notou o brilho de uma chama entre os
mortais, o poderoso soberano deu vazão à sua cólera.
No mesmo instante jurou se vingar dos homens e do
benfeitor deles, Prometeu.
Combatendo uma esperteza com outra, teve a idéia de
produzir uma criatura irresistivelmente encantadora
que causaria a desgraça dos homens. Assim, usando
barro, criou a primeira mulher, que chamou de
Pandora.
Contou com a ajuda de Hefesto, que a enfeitou com as
jóias mais delicadas, e de Atena, que a vestiu com um
tecido vaporoso,
preso na cintura por um cinto trabalhado
artisticamente.
Quando ela ficou pronta, Zeus a mandou à casa de
Epimeteu, irmão de Prometeu.
Conhecia a ingenuidade e a imprudência desse deus.
Não podendo resistir aos atrativos de tão bela pessoa,
Epimeteu esqueceu que o irmão o prevenira contra os
presentes de Zeus. Recebeu Pandora e a instalou em
sua casa.
Pandora havia trazido consigo uma caixa que não
deveria abrir em hipótese nenhuma.
Isso lhe fora expressamente recomendado por Zeus ao
lhe dar a caixa. Era mais uma esperteza,
porque ele sabia muito bem que um dia a jovem iria
querer descobrir o conteúdo dela.
Movida pela curiosidade, Pandora acabou abrindo a
caixa... de onde saiu precipitadamente um vento de
desgraças.
Apavorada, ela viu passar a fisionomia ameaçadora da
crueldade e o sorriso malicioso do engano.
Ouviu os gritos queixosos dos miseráveis e dos
sofredores.
Outras desgraças começavam a se propagar assim no
vasto munido.
Quando Pandora descobriu seu trágico erro, tampou rapidamente a caixa.
E então a Esperança e todas as promessas de felicidade para os homens ficaram para sempre
trancadas ali.
Nada disso se devia ao acaso: a primeira etapa da
temível vingança de Zeus se consumara.
O segundo castigo, mais cruel, iria atingir Prometeu.
Zeus o acorrentou a um
rochedo com cadeias que o prendiam dolorosamente
pelos braços e pernas.
Assim exposto, sem poder se defender, Prometeu
sofria todos os dias o ataque de uma águia que vinha
lhe devorar o fígado.
E todos os dias, para seu suplício, seu fígado se
recompunha.
Em troca de um favor, Prometeu recebeu uma terrível
punição.
Quanto aos homens, eles aprenderam com isso que
um bem podia vir acompanhado de uma desgraça.