SE SOUBÉSSEMOS... Se o criminoso conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe. Se o caluniador pudesse eliminar a sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação inconveniente. Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não cometeria o delito da indiferença. Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se afastaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação. Se o guloso enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, se renderia à frugalidade e à harmonia. Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às leis divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
|