A PRECE DE CERINTO
Senhor de Infinita Bondade.
No santuário da oração, marco renovador do
meu caminho, não te peço por mim, Espírito endividado, para quem reservaste os
tribunais de tua Excelsa Justiça.
A tua compaixão é como se fora o orvalho de esperança em minha noite moral, e isso basta ao revel pecador que tenho sido.
Não Te peço, Senhor pelos que choram.
Clamo por Teu amor e benefício dos
que fazem as lágrimas.
Não Te venho pedir pelos que padecem.
Suplico-Te a bênção para todos aqueles
que provocam sofrimento.
Não Te lembro os fracos da Terra.
Recordo-Te quantos se julgam
poderosos e vencedores.
Não intercedo pelos que soluçam de fome.
Rogo-Te amor para os que lhes furtam o pão.
Senhor Todo-Bondoso!
Não Te trago os que sangram de angústia.
Relaciono diante de Ti os
que golpeiam e ferem.
Não Te peço pelos que sofrem injustiças.
Rogo-Te pelos empreiteiros do crime.
Não Te apresento os desprotegidos da sorte.
Sugiro Teu amparo aos que estendem
a aflição e a miséria.
Não Te imploro mercê para as almas traídas.
Exorto-Te o socorro para os que tecem os
fios envenenados da ingratidão.
Pai compassivo.
Estende as mãos sobre os que
vagueiam nas trevas.
Anula o pensamento insensato.
Cerra os lábios que induzem à tentação.
Paralisa os braços que apedrejam.
Detém os passos daqueles que
distribuem a morte.
Ajuda-nos a todos nós, filhos do erro, porque
somente assim, ó Deus piedoso e justo,
poderemos edificar o paraíso do bem
com todos aqueles que já Te compreendem e obedecem, extinguindo o inferno daqueles
que, como nós, se atiram desprevenidos,
aos insanos torvelinhos do mal!