A MOçA E AS FLORES.
Tahyane Rangel
Sempre que chegava uma data especial,
ela esperava e tinha a esperança de que neste dia ganharia flores.
Ela sonhava com isto! Adorava a natureza! Amava as flores!
Sempre que podia presenteava alguém com flores.
Escolhia com todo cuidado,
o melhor arranjo sempre com um toque especial.
Era como se estivesse escolhendo as flores que ela gostaria de receber.
Mas ninguém lembrava de lhe dar flores.
Recebia os mais diversos presentes,
presentes bonitos, finos, delicados, lembranças singelas...
Mas as tão sonhadas flores nunca chegavam.
Então, as datas especiais acabavam por se tornar datas tristes.
Sozinha, em seu quarto,
deixava cair lágrimas sentidas por mais uma
esperança perdida de um desejo não realizado.
Ela achava que receber flores,
era receber um carinho especial.
Representava a delicadeza, a natureza,
era como se fosse um presente de Deus.
Os anos passaram-se...
Tristezas acumularam-se,
e por uma infeliz coincidência ninguém nunca
lembrou de ofertar-lhe uma simples flor.
Hoje, sentada em sua cadeira de balanço,
com o ohar perdido no horizonte,
pensa com tristeza que poderá estar próximo
o dia em que ela receberá as flores que por toda vida desejou...
Não espere chegar outra vida!
Não espere para ofertar flores quando elas já não poderão ser apreciadas.