CAIXA DE PANDORA
Havia uma multidão à espera. A chuva parou naquela hora As nuvens crepitavam a primavera Trazida nos braços da demora. Naquela tarde e sem pára-quedas Nascias ímpia do mar das trevas.
Seguimos o rio em campos pardos Salpicando entre feno e milho Rompendo os ventos bastardos Que apertavam no tempo, o gatilho Aferrolhámos em nós a leviandade Mergulhando nos olhos da misticidade
Corremos pelos prados das pupilas Ardentes dum azul inquietante Tricotamos a nudez das camomilas Numa teia intensa e apaixonante Entraste nos olhos fogosos de quem te quer Desse jeito tão perfeito, tão mulher.
No fundo a chuva não havia parado E a multidão nunca esteve aqui Contigo é primavera em todo o lado E naquela tarde foste um livro de rubi. Saíste do mar de trevas em demora E hoje és em mim, A caixa de Pandora.
Regensburg
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A poesia da vida,
Faz com que se tenha
Paixão por Viver."
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Eu sou doadora e vc?
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