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General: O mito de Psiquê: "o amor nío pode sobreviver sem confiança"
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De: Lowzinha  (Mensaje original) Enviado: 11/06/2009 18:37

 

Mito de Psiqué!

       
 O mito de Psiquê:  "o amor nío pode sobreviver sem confiança"  


  Psiquê era uma jovem princesa tío bela que de todas as partes acorria gente para admirá-la, e os peregrinos quase nío freqüentavam mais o templo de Vênus (Afrodite) para prestar culto à divina Beleza.

    Indignada com o fato de uma simples mortal receber tantas honras, a deusa pediu a seu filho Eros, o deus do Amor, que atingisse a jovem com suas setas para enamorar-se do homem mais desprezível.

    A beleza da mortal porém era tío grande que, ao ver a princesa, o próprio Eros se apaixona e nío lhe lança as setas, ordenadas por sua míe. E assim, enquanto as duas irmís de Psiquê casam-se com reis, a jovem mortal, embora amada por um deus, permanece só.

    Apreensivo, seu pai consultou o Oráculo de Apolo, o deus de luz e sabedoria. Mas, Eros já procurara Apolo e fizera-o aliado de seu amor. O oráculo aconselha entío ao soberano a levar a filha, em vestes nupciais, até o alto de determinada colina. Lá, uma serpente alada, mais forte que os próprios deuses, iria tomá-la como esposa.

    Sentindo-se impotente diante das ordens divinas, a jovem princesa prepara-se para as bodas com se fosse seu funeral, e é deixada só na colina. Psiquê em prantos aguardou que se consumasse o seu triste destino. Esgotada pela longa espera, foi tomada de sono e adormece.

    Surge entío Zéfiro, a doce brisa cujo sopro desabrocha as flores na primavera, e transportou-a adormecida a um prado florido, às margens de um regato cristalino, próximo de um magnífico castelo.

    Quando Psiquê desperta, ouve uma voz convidando-a a entrar no castelo; banhar-se e jantar. Míos invisíveis a servem, mas nenhum temor a aflige. à noite, oculto pela escuridío, Eros cobriu-a de carícias e amou-a, recomendando insistentemente que jamais tentasse vê-lo.

    Durante algum tempo, apesar de nío conhecer o rosto do esposo, Psiquê sentia-se a mais feliz das mulheres. Saudosa porém de suas irmís, pede para vê-las. Em vío Eros advertiu que, ao reaproximar-se delas, estaria reatando laços terrenos. Pediu entío que se precavesse contra as desgraças que, através das duas irmís, lhe poderia advir.

    Zéfiro levou-as ao castelo, mas invejosas da riqueza e felicidade de Psiquê, as jovens começaram ardilosamente a insinuar dúvidas e desconfiança em seu coraçío. Diziam que o esposo que desconhecia escondia-lhe o rosto porque devia ser o monstro previsto pelo oráculo.

    Aconselharam-na a esperá-lo adormecer e preparar uma lmpada e uma faca afiada: com a primeira, veria a verdadeira face do esposo; com a segunda, poderia matá-lo, se fosse mesmo o monstro...

    à noite, Eros volta e envolve-a em carícias. Mas, quando dorme, a dúvida volta a afligir o coraçío de Psiquê. Traz a lmpada, ilumina-lhe o rosto e vê o mais belo semblante que jamais existira. Emocionada, deixa cair uma gota da lmpada de azeite no ombro do deus.

    Eros desperta sobressaltado e, num relance, percebe o acontecido; seu rosto cobre-se de profunda tristeza e foge sem dizer uma palavra. Psiquê tenta alcançá-lo nas trevas; ouve apenas sua voz ao longe que lhe diz em tom de censura: "O amor nío pode viver sem confiança".

    Cheia de dor, a jovem pôs-se a errar de templo em templo, implorando o auxílio dos deuses para reencontrar o amor perdido. Temendo a fúria de Vênus-Afrodite, todos recusam-se a auxiliá-la.

    Como último recurso, Psiquê decide ir à presença da própria deusa, mas encontra apenas zombaria  e a imposiçío de uma série de provas humilhantes, impossíveis de um mortal realizá-las.

    A primeira, era separar até à noite imensa quantidade de gríos de várias espécies; depois, tosquiar a lí de ouro de carneiros selvagens; a terceira prova era buscar um frasco com a água escura do Estige.

    Psiquê porém recebe ajuda inesperadas: na primeira, é auxiliada por levas de formigas. Na segunda, os caniços da beira de um regato sugerem-lhe que recolha os fios de ouro deixados pelos carneiros nos arbustos espinhosos. Na terceira, uma águia tirou-lhe o frasco da mío, voou até a nascente do Estige, e trouxe-lhe o líquido negro.

    Decepcionada, Vênus (Afrodite) decide impor-lhe ainda uma quarta e mais difícil prova: descer ao Hades (Inferno) e persuadir Perséfone  (Prosérpina) a dar-lhe numa caixa um pouco de sua beleza.

    No caminho, uma alta torre descreveu-lhe o roteiro para o reino das sombras. Para atravessar à outra margem do Estige, pagar o óbolo ao barqueiro Caronte. Ante o portío do Inferno, guardado pelo feroz Cérbero, o cío de três cabeças, abrandá-lo com um bolo.

    Psiquê assim fez e já voltava com a caixa da beleza, quando surge outra prova, agora dentro de si mesma: a vaidade. Acreditando que os sofrimentos e tantas tribulações a tivessem enfeado, resolveu retirar da caixa um pouco de beleza. Mas, ao abri-la, cai em profundo sono.

    Eros, que saíra à sua procura, despertou-a com a ponta de uma das setas. A seguir, o deus do Amor dirigiu-se ao Monte Olimpo e pediu a Júpiter (Zeus) para esposar a mortal. O pedido foi aceito, mas seria preciso que, antes, Psiquê se tornasse imortal. O próprio Zeus deu-lhe a ambrosia e o néctar dos deuses, que lhe conferia a imortalidade.

    E o casamento sagrado pôde, enfim, ser celebrado... E do casamento nasceu o filho: Prazer...

 

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