É essa a hora em que o céu perde o azul e mar adentro
vê-se apenas a massa espessa da treva.
Esta é a hora em que as ruas ficam vazias.
As aves retornam aos abrigos, os sons se dispersam.
Esta é a hora em que os nossos temores,
dissimulados durante o dia, se acumulam.
Mas é também a hora em que nosso olhar,
antes distraído pelo colorido do dia, volta-se
para dentro de
nós mesmos e dos nossos ocultos sentimentos.
É a hora em que revemos nossa caminhada,
repensamos os rumos, reavaliamos a
direção, e somos surpeendidos pela
descoberta, até então insuspeita
, de que, apesar da noite
aqui fora, resiste em nós uma
luz imperturbável, clara, serena,
uma luz definida que noite alguma
pode apagar, e não apaga!
(Pr. Carlos Novaes)