A ordem deitou o reio
Ditou com voz de prisão
Torturou os estudantes
Dominou toda a nação
Deixou mães desesperadas
Com vela e terço nas mãos
Enlouqueceu tantas mentes
Sem pedir aprovação
O progresso ali parado
Com cara de solidão
Nas poeiras das estradas
Pedindo por compaixão
varíola, dengue e malária,
Nos corpos sobre o caixão
Andou na Serra Pelada
Com ouro da ilusão
E escançou nas calçadas
Nas filas da educação
Ordem e Progresso nos juros
No preço do arroz e feijão
No gado com aftose
Na falta de medicação
Na mesa sem pão do pobre
Na carne de exportação
Na politica paternalista
Bolsa escola enganação
Ordem e progresso é o grito
Dos excluídos sem lar
Do salário defasado
Que não consegue pagar
A conta de luz e água
Do barraco que alugar
Dos peregrinos que marcham
Com os pés descalços no chão
Sonhando um futuro próspero
Para a próxima eleição
Ane Franco