CANÇÃO DA MINHA TERNURA
Rondaste o meu castelo solitário como um rio de vozes e de gestos; baixei as minhas pontes fatigadas e conheci teus lumes, teus agrados teus olhos de ouro negro que confundem; andei na tua voz como num rio de fogo e mel e raros peixes belos, cheguei na tua ilha e atrás da porta me deste o banquete dos ardores teus.
Mas às vezes sou quem volta a erguer as pontes e cavar o fosso e agora em sua torre, ternamente, sem mágoa se debruça nas varandas vendo-te ao longe , barco nessas águas, querendo ainda estar se regressares -porque seria pena naufragarmos se poderias ter, sem tantas dores, viagens e chegadas nos amores meus.
Lya Luft
|