BRUMAS FATAIS
Eu sei que ele é o meu algoz e no entanto... não posso abandoná-lo. Quando nos conhecemos eu era pouco mais que uma criança ainda usava tranças o coração batia descompassado toda vez que o tinha ao meu lado. Hoje, todo meu ser se descompassa tenta afugentar esta ameaça porém é tarde demais. Sou sua escrava! No começo ele era um jogo sedução e enleio misturava-se aos meus devaneios fazendo-me companhia no lugar de quem partia no lugar de quem ficava qualquer desculpa servia e eu, cada vez mais, me entregava. O tempo foi passando sempre para amanhã ficando esse abandono que se fazia necessário... O espelho foi mostrando os estragos que ele fazia em meu corpo. O seu sadismo torpe não poupa ninguém e quando eu me afastava ele parece que ria com desdém dizendo suavemente: - Vem cá...vem... e eu sempre voltava. A gargalhada ecoava pela vida no seu jeito imundo de ser envolvendo-me em correntes. Ele teve muitos nomes do primeiro eu não me esqueci Dominó. Parecia tão inofensivo... Hoje, pouco me resta a fazer a não ser admitir, com a dignidade que me sobrou: -Ok! Você venceu, FREE Blue Box.
TERE PENHABE
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