O amor que sentes é efêmero qual fumaça,
Fluido como a água que escorre por meus dedos.
É vapor que some aos poucos da vidraça,
E tão triste como a maioria dos meus medos.
O amor que sentes não é bênção nem desgraça,
É talvez as duas coisas que não quero admitir.
Porque destrói com o poder de muitas traças,
E me segura, já que insisto em te servir.
Se tão fugaz é assim o teu amor,
Por que não te abandono de repente
Decidida, sem lançar olhar pra trás?
É que ainda espero, meu senhor,
Que me faças tua dileta para sempre,
Que me tornes favorita entre as demais.