Com mãos suaves me agasalhavas
Com teu calor aquecia-me a alma
Acompanhava-te e ensinava o meu cantar
Melodias doces que te calavam a alma
Acalmei teus dias de agonia
Compartilhando também os de alegrias.
E assim felizes, foram tantas estações!
Até que nos chegou um vento forte
Transformando tudo ao nosso redor
Um destruidor temporal transformador
Tudo se fechava em minha volta
Oprimindo-me o peito ...
Procurei sua mão acolhedora
O vento o havia arrebatado de mim
Só encontrei a dor.
E como um pássaro machucado
Vi-me sozinha entre os destroços
Sem saber em que direção voar
E aquele que um dia,
Foi um melodioso cantar
Ficou preso na garganta
Talvez até a ‘minha’
Própria tempestade passar.
Fanete Costa