A afirmação foi feita em Brasília pelo ministro da Energia, Salvador Namburete, que garante que ânão haverá passagem do controlo do empreendimento para os bancosâ âSerá assinado proximamente um acordo entre o governo moçambicano e o banco francês Calyon, em associação com o BPI, vencedor de um concurso público realizado em Fevereiro, para o pagamento dos 700 milhões de dólares a Portugalâ â ministro da Energia
Maputo (Canal de Moçambique) â O governo de Moçambique garante que vai pagar ainda este ano a dívida de 700 milhões de dólares a Portugal relativos à reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). A afirmação à Lusa, em Brasília, é do ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete.
“Cahora Bassa vai ficar com os moçambicanos e falta pouco. Nós temos o compromisso de pagar ao governo português até o dia 31 de Dezembro deste ano e esta dívida será quitada em breve”, afirmou Namburete.
O ministro da Energia avançou à agência portuguesa de notícias na capital federal brasileira que será assinado proximamente um acordo entre o governo moçambicano e o banco francês Calyon, em associação com o BPI, vencedor de um concurso público realizado em Fevereiro, para o pagamento dos 700 milhões de dólares a Portugal.
O BPI é um dos bancos accionistas do BCI-Fomento de que ainda é presidente do Conselho de Administra챌찾o o Dr. Magid Ossman por parte da SCI, grupo mo챌ambicano que se prepara para sair do consórcio em que também participa a Caixa Geral de Depósitos. Quer a Caixa Geral de Depósitos, quer o BPI s찾o bancos portugueses.
“Depois deste pagamento, ficamos com 85 por cento de Cahora Bassa. E não haverá passagem do controlo do empreendimento para os bancos. A garantia do financiamento são os fluxos de venda de energia. O controlo do empreendimento fica nas mãos do Estado de Moçambique”, assinalou o ministro de acordo com um despacho da Lusa publicado pelo jornal «Público» de Portugal.
Refere o mesmo diário que Namburete falava à Lusa à margem da II Enerbio, evento que inclui na sua programação em Brasília, de 9 a 11 de Outubro, uma conferência internacional dos biocombustíveis.
No m챗s passado, por ocasi찾o da visita do Presidente Armando Guebuza a Brasília, Mo챌ambique e Brasil assinaram um acordo para implementar um plano de coopera챌찾o na área dos combustíveis renováveis.
“Esperamos aprofundar a cooperação com Brasil para obter assistência, sobretudo técnica, mas também financeira, no sentido de avançarmos no conhecimento desta área e evitarmos erros”, destacou o ministro.
Namburete instou empresários brasileiros a investirem em Mo챌ambique, lembrando que o país tem bom clima, muita água, 36 milh천es de hectares de terra aráveis e outros 41 milh천es que podem ser melhorados, além de boas condi챌천es para receber investimentos estrangeiros.
“Temos condições para produzir todos os biocombustíveis de que nós precisamos, a partir de oleagionosas ou da cana-de-açúcar, e para reduzirmos a dependência em relação ao mercado internacional de combustíveis fósseis”, sublinhou Salvador Namburete.
Refere ainda o «Publico» que Moçambique importa cerca de 600 mil toneladas de combustível por ano, nomeadamente dos países do Médio Oriente, e mais de 15 mil toneladas de gás para distribuição doméstica. De notar que o gás é exportado para a África do Sul a partir do ponto de extracção em Temane, a norte da província de Inhambane e reimportado para consumo em Moçambique.
“São cerca de 400 milhões de dólares de factura anual de combustíveis. Para um país com poucos recursos, esta factura é bastante pesada. E mais pesada ainda é saber que, a qualquer momento, podemos ficar sem o produto. Esta é a principal motivação para apostarmos nos biocombustíveis", justificou o ministro, segundo as fontes que citámos.
(Redac챌찾o / LUSA / Público)
2007-10-12 05:58:00