"Capital: Maputo, na província do mesmo nome.
Área: 801590 km2 (17500 km2 de águas interiores), dividida em 10 províncias :Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Sofala, Manica, Zambézia, Nampula, Niassa, Cabo Delgado.
Clima: De subtropical (sul) a tropical (norte)
Línguas: Português (oficial), cerca de 33 línguas e dialectos indígenas, Inglês (escola secundária)
Religi천es: Tradicional africana, Crist찾 (Católica e Protestante), Isl창mica, Hindu, e outras.
Popula챌찾o: Perto de 19 000 000, algo afectada por SIDA e outras doen챌as tropicais.
Há vários modelos que tentam dar um panorama do caleidoscópio étnico Mo챌ambicano, por vezes discordantes. De um modo sumário:
A Norte do Lambesse temos sobretudo o grupo Marave, e o grupo dos Macuas-Lómuès.
A Sul do Rio Zambeze, até à zona norte do Maputo temos sobretudo o grupo Tonga, subdividido em Ronga, Changana,e Tsua, e o grupo Chona.
Na zona mais a sul do Maputo temos, entre outros, os Augunes setentrionais, com as variedades dos Suázis na Namaacha e dos Angonis na regi찾o do Dómuè (planalto da Angónia). No litoral Norte temos os Suális
Noutras zonas de Moçambique temos grupos como: Na região de Inhambane, os Chopes, subdivididos em Valengues, Chopes e Bitongas. Na região do Niassa temos os Ajauas. No Cabo Delgado encontramos os Macondes. Também encontramos os Chicundas (ou Nhúnguès de Tete), os Tauaras da Chicova, os Cachomba, os Máguèe Changara (mistura de Chonas e Nhanjas), etc. Foi nas áreas ao longo do Rio Zambeze, que se verificaram mais cruzamentos entre indígenas, árabes, orientais e europeus.
Uma rapariga Macua, de Nampula, com a cara pintada com muciro (musiru ou m´siro) feito, por esmagamento, de uma raiz-caule.
Algumas delas cobrem todo o corpo com uma capulana (insunque), que é um pano ornamentado ligeiro, do tamanho aproximado de um lençol, deixando apenas o rosto pintado a descoberto. Outras, furam o lábio superior ou o nariz para poder colocar um ornamento.
As raparigas do interior dedicam-se à feitura de variados artigos de palha, e de objectos de escultura sobretudo em pau-preto e olaria.
Tatuando o ventre
A iniciação licumbi masculina nos Macondes inclui um ritual pirolátrico e a Dança das máscaras (Mapico), em sanzalas, usando máscaras grotescas aos olhos de estranhos mas que, para os Macondes, têm um significado muito importante social e religioso.
Todos os rapazes s찾o circuncidados seguido de um período de reclus찾o de 3 meses.
Estas dan챌as s찾o modernamente exploradas como atrac챌찾o turística, em Cabo Delgado, ou como dan챌a banal sem as máscaras.
As raparigas s찾o iniciadas segundo o ritual chiputo.
2 tipos de máscaras usadas no Mapico ritual
Os Macondes de áreas rurais gostam de se tatuar e de afiar os dentes, com fins de identificação ou estéticos, alguns deles furam o lábio superior e põem um ornamento, o pelele. Dedicam-se à escultura em madeira e marfim.
A máscara Mapico mostra uma tatuagem facial vulgar de se encontrar, na realidade, em homens Macondes. Há máscaras especiais para mulheres, de aspecto mais suave, e é através da abertura na boca destas, colocada à altura dos seus olhos, que as mulheres vêem mas, por vezes, a máscara é substituída por uma pintura similar à das mulheres Macuas. Geralmente, as raparigas assistem ao Mapico mas não fazem parte desta dança em que é vulgar os dançarinos e os músicos trocarem de actuação entre si.
As guerras tribais, as guerras de Pacificação e Colonial, as catástrofes naturais, a fome, e a migração para os centros urbanos em busca de novos horizontes, provocaram ao longo dos tempos grandes deslocações da população dentro de Moçambique e para o seu exterior e alteração aos seus hábitos de vivência, mas ainda hoje se encontram grupos étnicos vinculados às zonas tradicionais, e às suas tradições ancestrais de escala social (como serem do tipo patrilinear ou matrilinear) aos seus rituais fúnebres, à religião, aos rituais de iniciação, à existência ou não de compensação (lobolo) no casamento e às regras de comportamento pré-matrimonial. Por exemplo, nos meios rurais mais conservadores:
Nos Macondes é aceite o casamento entre primos cruzados, s찾o proibidas as rela챌천es sexuais até ao casamento, há pagamento de dote ao tio da noiva e, como já indicado, existem rituais de inicia챌찾o nos rapazes e nas raparigas. Os Macondes costumavam emprestar e trocar as mulheres entre si mas, por estranho que pare챌a, o crime passional n찾o era invulgar.
Nos Ajauas há inicia챌찾o masculina e feminina (com desflora챌찾o), exig챗ncia de contin챗ncia mensal aos casados.
Nos Chonas é exigida uma virgindade pré-matrimonial que é controlada por exames físicos e s찾o aplicadas san챌천es efectivas aos prevaricadores, sendo proibido o casamento entre primos cruzados e paralelos.
Nos Suaílis há circuncis찾o masculina, e no matrimónio é exigida uma virgindade antecedente.
Nos Tongas há inicia챌찾o dos rapazes (com circuncis찾o) e das raparigas, exist챗ncia de rela챌천es que chamam pré-matrimoniais e casamento progressivo com lobolo.
Nos Maraves, as raparigas são iniciadas no chinamuáli, após a puberdade, com preparação para a vida, mesmo íntima, podem casar aos 14 anos e não se dá importância à virgindade pré-matrimonial. Os rapazes casam aos 20 anos e são iniciados no nbau, com máscaras e danças.
Nos Macuas - Lomuès é frequente a iniciação feminina (com desfloração artificial), prostituição hospitaleira e troca de mulheres, tudo segundo regras bem definidas. Fora destas regras, o adultério é considerado uma ofensa e maldição."