Cahora Bassa é mo챌ambicana
Leonardo Júnior
Fecha-se, finalmente, o último capítulo de Cahora Bassa. Moçambique passa, doravante, a ser o accionista maioritário da barragem que um dia esteve para dividir o país e, depois, ferir os laços de amizade e cooperação daquele país do Índico com Portugal. Sobre as longas negociações para a transferência da posição accionista de Portugal para Moçambique muito se escreveu. Importa, agora, sublinhar, uma vez mais, que o desfecho foi feliz e vantajoso para as duas partes. Há quem diga que Portugal deu ao desbarato a maior obra construída em todo o antigo ultramar. É a posição de quem já achava que as antigas colónias portuguesas em África foram simplesmente “entregues” aos movimentos nacionais de libertação que então reivindicavam e lutavam pela independência dos seus países. A esses, a pergunta que fica é apenas esta: poderia Portugal, como tentou fazer, remar contra ventos e marés, procurando manter uma situação colonial que a Grã-Bretanha, a França, a Bélgica e outras potências coloniais já haviam abandonado? O colonialismo português era diferente, dirão. Mas era só isso: diferente. De resto, era também colonialismo como o eram os sistemas inglês, francês, belga e outros, logo, igualmente condenáveis de condenados a acabar. Mo챌ambique festeja, agora, Cahora Bassa. Portugal, por sua vez, libertou-se, simplesmente, de um problema que, querendo como n찾o, acabava por desembocar nessa heran챌a que era a épocas colonial. Passando a barragem para o Estado mo챌ambicano, vira-se uma página, abrindo-se uma porta enorme para uma rela챌찾o mais franca entre Portugal e Mo챌ambique. Esperemos que, com o desfecho do dossier Cahora Bassa, Portugal recupere rapidamente as primeiras posi챌천es no índice de investimento directo estrangeiro em Mo챌ambique. Recorde-se que Portugal, agora, está posicionado em sétimo lugar. Do lado mo챌ambicano, festejar Cahora Bassa n찾o é só uma quest찾o de folclore e mera afirma챌찾o de soberania. Os mo챌ambicanos festejam a barragem porque, com a independ챗ncia passaram, finalmente, a usufruir de um projecto de engenharia de que até ent찾o pouco tinham beneficiado. Com efeito, foi depois da independência, terminada a guerra entre o governo da Frelimo e a Renamo, que a energia de Cahora Bassa começou a beneficiar milhões de lares de moçambicanos. A barragem está, agora, efectivamente ao serviço de Moçambique!
...Depois de tanto tempo, nao sei avaliar ainda os ganhos ou perdas para ambos os paises.....do ponto de vista politico, ate pode ter sido bom, mas a nivel económico, para Porugal, um desastre, no meu parecer. SAO ALVES |