Quénia: Portugueses turistas e residentes n찾o correm riscos, tumultos tendem a agravamento nos próximos dias - Embaixador
1 de Janeiro de 2008, 15:58
Lisboa, 01 Jan (Lusa) - Os portugueses que estão no Quénia, uma dezena de turistas e outros tantos residentes, nomeadamente empresários e missionários, não correm risco e estão quase todos em contacto com a representação diplomática, disse hoje à Lusa fonte do Governo.
"A situação é crítica, há um grande impasse, mas a maioria dos portugueses já entraram em contacto com a Embaixada", disse à Lusa por telefone o embaixador em Nairobi, Luís Lorvão, garantindo que os serviços consulares estão preparados para acorrer a qualquer emergência que envolva nacionais.
"N찾o há ninguém em risco, é preciso evitar alarmismos", referiu o diplomata, embora admitindo que a crise política no Quénia tende a agravar-se nos próximos dias devido a ac챌천es de protesto convocadas pela oposi챌찾o, liderada por Raila Odinga, alegadamente derrotado nas elei챌천es de quinta-feira pelo presidente do país, Mwai Kibaki.
Segundo outras fontes contactadas pela Lusa em Nairobi, é previsível que os estabelecimentos de hotelaria, em particular os parques naturais e as unidades de safari venham a enfrentar rupturas de abastecimentos alimentares e de combustíveis.
"Quase todos os portugueses que actualmente se encontram no Quénia, turistas ou residentes, incluindo alguns missionários, est찾o contactáveis por telemóvel pela Embaixada portuguesa", disse o embaixador Luís Lorv찾o.
Os portugueses residentes, segundo o diplomata, estão resguardados em suas casas e os turistas, alojados em empreendimentos turísticos de referência, também se encontram em segurança e à espera do fim da crise, que ninguém sabe até quando perdurará.
"O perigo é meterem-se à estrada em zonas rurais, que poderia envolver algum risco", considerou o embaixador, que nas últimas horas tem participado em reuniões de avaliação da situação no Quénia conjuntamente com o corpo diplomático das Nações Unidas e da União Europeia (UE).
A Secretaria de Estado das Comunidades aconselhou os portugueses que pretendam deslocar-se ao Quénia nos próximos dias a não o fazer, por medida de precaução face à actual situação de instabilidade vivida no país.
Fonte da secretaria de Estado adiantou à Lusa que os turistas portugueses que neste momento se encontram no Quénia e seus familiares em Portugal devem contactar, em caso de necessidade, o gabinete de emergência do Ministério dos Negócios Estrangeiros através do telefone 707 202 000, um número que durante o fim de semana teve problemas técnicos mas que hoje voltou a estar operacional.
As autoridades quenianas e fontes diplomáticas informaram hoje que cerca de tr챗s centenas de pessoas foram mortas nos últimos dias nos tumultos públicos desencadeados após terem sido conhecidos os resultados oficiais das elei챌천es.
O porta-voz do governo queniano, Alfred Mutua, fez saber que nas próximas semanas permanecer찾o interditas as manifesta챌천es públicas, apesar de a oposi챌찾o ter convocada para a próxima quinta-feira uma grande ac챌찾o de protestos em todo o país.
Mwai Kibaki prestou juramento no domingo à tarde como presidente do Quénia para um segundo mandato, logo depois de ter sido proclamado vencedor das eleições pela Comissão Eleitoral, um acto transmitido em directo pela televisão oficial.
A tomada de posse foi realizada menos de uma hora após o anúncio oficial da vitória de Kibaki, que terá obtido mais votos do que o seu adversário Raila Odinga.
Kibaki prestou juramento perante o mais alto magistrado do poder judicial, Evans Gicheru, com a presen챌a de membros do Governo e outras personalidades, conforme se viu nas imagens transmitidas em directo pela televis찾o.
Segundo a Comiss찾o Eleitoral, Mwai Kibaki, do Partido de Unidade Nacional (PNU), obteve 4.584.721 votos, enquanto que Raila Odinga, do Movimento Democrático Laranja (ODM), obteve 4.352.993 dos sufrágios.
Odinga, horas antes, tinha reivindicado vitória nas elei챌천es e convidara Kibaki a aceitar a derrota.
Após o anúncio da vitória de Kibali, come챌aram a registar-se tumultos públicos em vários pontos de Nairobi, com consequ챗ncias graves e, segundo fontes em Nairobi, com tend챗ncia de agravamento.
JMS.
Lusa/Fim