ZÉ – NINGUÉM
Pés descal챌os, cal챌천es rotos,
De olhos vivos, marotos,
Vivia só com a m찾e.
De pequenino lhe deram
Um nome., e o mantiveram,
Chamavam-lhe Zé-ninguém.
Na escola, era o primeiro;
Bom e leal companheiro
E feliz por ser quem era.
Afável com toda a gente,
Sorria, andava contente
C척a sorte que Deus lhe dera.
Mas um dia, (há sempre um dia),
Um amigo lhe pedia,
Vem fazer de professor;
Ensina-me a estudar,
Pois o mestre é só falar
Que davas um bom doutor.
O Zé-ninguém se agiganta,
Vem-lhe da alma á garganta
Um grito desesperado!...
De que me serve o saber?
Se n찾o tenho o que comer,
Nem tenho um pai a meu lado?
Graziela Vieira
Ourém, 1999