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General: LENDA BARE...UMA HISTORIA DE AMOR
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De: m짧concei챌찾oalves1 (Mensaje original) |
Enviado: 12/02/2008 19:16 |
Lenda Baré, uma história de amor
O território da tribo Baré estendia-se de Manaus a todo o médio e alto rio Negro e pelo canal do Casiquiare, até algumas aldeias no rio Pacimoni. Situava-se nos limites dos antigos impérios espanhol e portugu챗s, regi찾o que foi cenário de contínuas migra챌천es e disputas territoriais. Compreendia do Amazonas ao delta do Orenoco, controlando o alto rio Negro.
Oriundos da família lingüística Aruak, hoje falam uma “língua geral” difundida pelos carmelitas no período colonial, o Nheengatu, forma simplificada do Tupi antigo, adaptado e amplamente difundido pelos primeiros missionários.
Os Baré integram a área cultural conhecida como nordeste amaz척nico, que abrange a linha fronteiri챌a entre o Brasil e a Col척mbia e faz um desenho que lembra uma cabe챌a de cachorro, habitada tradicionalmente há pelo menos dois mil anos por etnias que falam idiomas pertencentes a tr챗s famílias lingüísticas: Aruak, Maku e Tukano.
A despeito do multilingüismo e de diferenças culturais, as 27 etnias que habitam a região – 22 presentes no Brasil – compõem uma mesma área cultural, estando em grande medida articuladas numa rede de trocas identificadas no que diz respeito à cultura material, à organização social e à visão de mundo.
Para certos estudiosos, Baré significa “companheiro”, enquanto outros opinam que a palavra poderia derivar de “bari”, que significa “homens brancos”. Para esta etnia, no princípio do mundo, tudo era assexuado, inclusive as estrelas.
Mudan챌as políticas e culturais nessa sociedade deram origem aos grupos arahuacos de hoje, os warekena, os wakuénai, os baré e os baniwa.
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De: m짧concei챌찾oalves1 |
Enviado: 12/02/2008 19:17 |
Origem do povo Baré
Segundo narrativa de Braz de Oliveira França, ex-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e atual administrador-adjunto regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) de São Gabriel da Cachoeira, “antigamente, ainda no início do mundo, entrou no rio Negro, vindo do rio maior um grande navio, cheio de gentes no seu interior e cada um com seu par. Apenas um homem viajava neste mesmo navio, pelo lado de fora, pois o mesmo não foi aceito dentro por não estar acompanhado.
Ao passar pela foz do rio Negro viajava tão próximo das margens do rio, que os passageiros viram que havia muitas pessoas na margem, inclusive o homem que viajava pelo lado de fora, o qual não resistindo à tentação, logo se jogou para fora e nadou para a margem do rio.
Ao alcan챌ar a beira, ele foi agarrado por um grupo de mulheres guerreiras que tinham o costume de aceitar apenas mulheres em seu grupo. Quando tinham necessidade de ter filhos, aprisionavam machos de outras tribos e dessa rela챌찾o, se nascesse mulher elas criavam, e se fosse homem elas matavam.
Esse seria o destino do homem que nadou até a margem, para quem deram o nome de”Mira-Bóia” (Gente-cobra), se não fosse sua estrutura física ser um pouco diferente das que elas já conheciam, por isso resolveram poupar-lhe a vida depois de terem submetido Mira-bóia a um rigoroso teste de masculinidade.
As guerreiras ent찾o prepararam uma grande festa na primeira Lua Cheia, grande fogueira no centro do pátio foi feita, muitas frutas e mel silvestre foram coletados.
A festa com os rituais rolaram durante oito dias. No fim da festa, o grupo tomou a seguinte decis찾o: Mira-bóia ficaria morando com um grupo com a condi챌찾o de gerar um filho com cada uma delas. Teria que dormir tr챗s noites com uma mulher que estivesse na época do seu período fértil. Terminando essa miss찾o, ele seria executado, assim como todo filho que nascesse homem.
Mira-bóia então passou a conviver com o grupo por um longo período, nessas condições, até que gerasse filho com a última mulher, e essa última era a “Tipa”(Rouxinol), uma jovem muito bela que estava no primeiro período de menstruação. Ela, por ser a mais nova, a mais bonita e muito querida pelo grupo, teve o privilégio de morar com Mira-bóia até que sua gestação aparecesse visualmente para o resto do grupo. Devido a isso Tipa e Mira-bóia passaram a viver uma vida a dois e quando ela percebeu que já estava gestante, descobriu-se também perdidamente apaixonada pelo companheiro. O mesmo acontecia com Mira-bóia.
Como o destino do nosso herói seria a morte, ela conseguiu convencer o seu já considerado marido para uma fuga. No primeiro período de Lua Nova ele e ela fugiram, aproveitando o momento em que as guerreiras saíram para ca챌ar e coletar mel e frutas, o que serviria de consumo nos dias da festa da execu챌찾o do homem que dera para o grupo muitas guerreiras de sua gera챌찾o. Foram viver distante dos demais grupos. Acredita-se que esse local tenha sido nas proximidades de Mura no baixo rio Negro.
Depois de mais ou menos 30 anos, a família já estava grande, Tipa e Mira-bóia todos os dias pela tarde curtiam sua felicidade juntos com os filhos e filhas de sua gera챌찾o. Com isso eles viram que podiam ser uma família muito maior. Foi ent찾o que Tupana ordenou que viesse até eles o seu Mensageiro, o qual se chamou Purnaminari para lhes dizer o seguinte:
“Aquilo que vocês estão pensando agrada a Tupana, por isso ele me enviou, para ensinar vocês a trabalhar e com isso garantir a comida de vocês todos os dias”.
Purnaminari ent찾o passou a morar com eles por um longo período, ensinando-os a fazer canoa, remo, ro챌a, armadilha para pegar ca챌a, peixe e treinar o novo grupo para guerra.
Quando o pequeno grupo já sabia de tudo que lhe foi ensinado, ele organizou uma grande festa com Dabucury, Adaby e Curiamã para preparar o povo na sua caminhada, dizendo: “Agora que vocês já sabem de tudo o que eu lhes ensinei para viver, voltem para a terra de Tipa e tomem todas as mulheres do antigo grupo de Tipa para serem mulheres de vocês, aí então vocês serão grandes e respeitados e conhecidos por Baré-mira (povo Baré)”.
Purnaminari, o mensageiro de Tupana, voltou várias vezes para visitar e instruir seu povo.
O grupo cresceu bastante a ponto de dominar totalmente a regi찾o do baixo e médio rio Negro. Ao chegarem a Cachoeira de Tawa (S찾o Gabriel) permaneceram ali até que Purnaminari decidisse o novo destino do seu povo. No entanto, nessa cachoeira Kurukui e Bururi desentenderam-se e brigaram muito entre si, por isso resolveram separar-se, ficando Kurukui de um lado e Buburi de outro lado do rio.
Essa separação acabou provocando desobediência às regras de Purnaminari, que ordenou ao povo não se misturar com outros grupos, porém Kurukui e Baburi acharam que para poder aumentar os seus grupos tinham que ter muitas mulheres. Foi quando eles guerrearam com grupos menores para tomar suas mulheres e se multiplicarem.
Assim Tipa e Mira-bóia fizeram e conseguiram ser pais de um grande povo que, até à chegada dos “brancos”, habitava o rio Negro desde a foz até às cachoeiras.
“Vai aparecer do rio maior, o maior e mais poderoso inimigo de vocês”. Foi com essa mensagem que Purnaminari, o grande mensageiro de Tupana, tentou prevenir todos os povos que dominavam estas terras antes de 1500. Talvez os pajés e os chefes imaginassem que este poderoso inimigo fosse uma epidemia ou a ira dos ventos, revolta das matas ou mesmo vingança de Curupira. Mas em nenhum momento eles imaginaram que o inimigo seria o homem branco, vindo do meio do mar, conforme testemunharam os olhares Tupiniquim, Tupinambá e quem sabe outros povos nativos da costa atlântica.
Muitos anos depois, essa mesma história se repetiria nas terras dos valentes Xavante, Kaiapó, Juruna e Kayabi no Centro-Oeste, entre os Tarum찾, Baré e Manao, na conflu챗ncia dos rios Negro e Solim천es, e entre os Tukano, Baniwa, Desana e outros no extremo norte, no alto rio Negro.
Possivelmente, esses brancos foram recebidos com grande surpresa e admiração, mostrando-se por sua vez, com cara de bons amigos, oferecendo presentes, tentando se comunicar através de gestos e sinais. Mas o povo jamais poderia imaginar a tamanha barbaridade que o homem branco seria capaz. Não sabiam que a partir de então estava decretado o genocídio, o etnocídio, os massacres e as opressões dirigidos àqueles que passaram a ser chamados de índios.
No rio Negro, habitado ao longo de todo o seu curso pelo povo Baré, e em seus afluentes pelos Tukano, Desana, Arapasso, Wanano, Tuyuka, Baniwa, Warekena e outros, ocorreram as mesmas viol챗ncias. Povos e aldeias inteiras foram dizimados pelos invasores franceses, holandeses e portugueses. Comerciantes brancos, credenciados pelos governadores das províncias, eram portadores de carta branca para praticarem qualquer ato criminoso contra os povos indígenas.
Nem mesmo o grande cacique guerreiro “Wayury-kawa” (Ajuricaba) conseguiu livrar seu povo dos carrascos invasores, pois a luta era totalmente desigual: enquanto os índios lutavam com suas flechas e zarabatanas, os brancos disparavam poderosos canhões contra homens, mulheres e crianças que tentavam impedi-los de entrar em suas terras. Mas mesmo dominado, preso e ferido, Ajuricaba preferiu a morte, jogando-se acorrentado ao rio.
Portal Amaz척nia 19.12.2005-GC Fonte: Amazon View
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De: m짧concei챌찾oalves1 |
Enviado: 12/02/2008 19:25 |
Ola Gente Linda....... Com este pequeno conto, quero focar especialmente uma coisa: N찾o há somente histórias de amor no sentido literal que as conhecemos, amor, paixao, aventura, romance....... Há outras vertentes, que também merecem ser focadas: o amor incondicional de pais pelos filhos e vice-versa, o amor pelo povo do seu país/tribo/cl찾, o amor pela liberdade. Para isso, n찾o há dias comemorativos, vem de dentro do cora챌찾o. O amor pelo próximo, a ternura, a amizade........convem também falar nisso. O amor, dizem, muitas vezes é doentio e egoista.será..se é doentia, nao considero amor, egoista já concordo. Agora, quando se fala em outros valores, amor pelo proximo, amor pelos outros, por uma causa, por uma nação? È um "sacerdócio", uma causa, uma constante labareda acesa nos corações. Jinhos a todos, SAO ALVES |
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