Lisboa, 13 Fev (Lusa) - O presidente da Autoridade para os Servi챌os de Sangue e Transplanta챌찾o (ASST), Eduardo Barroso, congratulou-se hoje com a realiza챌찾o do primeiro transplante de rim de dador vivo entre c척njuges, afirmando que foi um "avan챌o" nesta área.
A cirurgia realizada hoje Hospital de Santa Cruz, Carnaxide, é a primeira interven챌찾o do género em Portugal, uma vez que só desde Junho do ano passado é que a legisla챌찾o contempla a possibilidade de serem doados órg찾os entre marido e mulher.
Em declarações à agência Lusa, à margem de uma audição na comissão parlamentar de Saúde, Eduardo Barroso afirmou que a ASST está "muito satisfeita" com a realização desta cirurgia.
"Finalmente [um transplante de] um marido para a mulher. Estamos muitos contentes. Lutámos muito por isso também, ajudámos muito", afirmou o responsável, desejando que "corra tudo muito bem".
Eduardo Barroso salientou ainda a importância de a família poder contribuir para a transplantação de órgãos: "a família é a base da nossa sociedade. Se eu quiser dar um rim à minha mulher ou recebê-lo acho que tenho esse direito", sustentou.
Anteriormente, a dádiva de órg찾os só era permitida quando entre dador e receptor houvesse uma rela챌찾o de parentesco até ao terceiro grau.
O Hospital de Santa Cruz é um dos oito hospitais portugueses que est찾o autorizados a fazer a colheita em vida de órg찾os para transplantes.
Segundo a lei publicada em Junho deste ano, a colheita de órg찾os e tecidos de uma pessoa viva só pode ser feita "no interesse terap챗utico" do receptor e desde que n찾o exista um órg찾o adequado de uma pessoa já morta ou outro método terap챗utico alternativo.
Portugal regista, todos os anos, 2.200 novos casos por ano de insufici챗ncia renal crónica terminal, existindo actualmente 14 mil doentes dependentes de diálise ou de transplante renal.
Em Portugal, o transplante de rim é o segundo mais efectuado, seguindo-se o da córnea.
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