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notcias: Companheiros de luta em Angola desaparecem no mesmo dia
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 25/02/2008 00:49

PEDRO CORREIA

Companheiros de luta em vida, unidos na morte por um capricho do destino. Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Viana, duas personalidades de referência do movimento nacionalista angolano, faleceram ontem, com poucas horas de intervalo. O primeiro em Angola, o segundo em Lisboa. Ambos foram reconhecidos, embora tarde de mais, como figuras fundamentais para a construção de uma sociedade angolana livre dos radicalismos ideológicos que a marcaram nas últimas três décadas. A moderação que defendiam, nos anos imediatamente anteriores e posteriores à independência, estava certa. Mas surgiu no tempo errado.
As biografias de ambos cruzaram-se ainda antes de atingirem a maturidade. Os pais de Pinto de Andrade e Gentil Viana figuraram entre os fundadores da Liga Nacional Africana, movimento político que nas décadas de 40 e 50 lan챌ou os alicerces para a forma챌찾o da consci챗ncia nacional angolana. Outro tra챌o comum foi a milit창ncia no Movimento Popular de Liberta챌찾o de Angola (MPLA) - o partido que dirige o país desde a proclama챌찾o da independ챗ncia, em 11 de Novembro de 1975.
Joaquim Pinto de Andrade, que tinha 81 anos, foi sacerdote católico: estudou no seminário com D. Alexandre do Nascimento, que viria a ser cardeal de Luanda. Abandonou o sacerdócio, mas n찾o a fé católica. E tornou-se presidente honorário do MPLA, ent찾o dirigido pelo seu irm찾o Mário (1928-1990), outra figura marcante da elite política angolana.
Pinto de Andrade chegou a ser preso 12 vezes pela política política salazarista, facto que contribuiu para a sua fama nos meios nacionalistas. Por sua vez, Gentil Viana associou-se à luta pela independência após ter concluído o curso de Direito em Lisboa. Já na segunda metade da década de 60, rumou ao exílio em França, num êxodo que envolveu mais de uma centena de africanos que se conheceram na Casa de Estudantes do Império - um grupo em que se integrava o futuro presidente moçambicano Joaquim Chissano, o escritor angolano Pepetela e Manuel Pinto da Costa, que seria o primeiro presidente de São Tomé e Príncipe.
No radicalismo de 1975, encontraram-se de novo - desta vez no movimento Revolta Activa, que preconizava um Estado angolano multiétnico e multicultural. Com eles estavam Adolfo Maria, Hugo de Meneses, Maria do Céu Carmo Reis e o médico Eduardo Santos - figuras moderadas cujas vozes acabaram por n찾o ser ouvidas. "Os textos que escreveram na altura prev챗em tudo quanto aconteceu depois em Angola", disse ao DN o deputado socialista Vítor Ramalho, amigo de ambos.
Viana esteve preso entre 1975 e 1977. Sofreu maus tratos na prisão e só as pressões internacionais - designadamente do marechal Tito, presidente da Jugoslávia - levaram Neto a libertá-lo. Radicou-se desde então em Portugal, com esporádicas visitas a Luanda, onde nunca deixou de ser uma personalidade respeitada. "Até ao fim, manteve uma total ausência de rancor. Tentou sempre conciliar todas as partes em conflito em Angola. E fazia constantes alusões à comunidade de fala comum que todos formamos", lembrou Vítor Ramalho, que foi seu colega de escritório de advocacia em Lisboa.
Consumada a ruptura com o partido dirigente em Luanda, Pinto de Andrade viria a integrar o efémero Partido Reformador Democrático logo após a assinatura dos acordos de Bicesse, em 1991, que proporcionaram uma fugaz trégua na guerra civil angolana. Adoeceu com gravidade ainda na década de 90.
O corpo de Gentil Viana, que tinha 72 anos, fica em c창mara ardente a partir das 16 horas de hoje, na Casa de Angola em Lisboa, seguindo amanh찾 para Luanda, onde se realizará o funeral.


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