Até ao momento, de acordo com dados a que a nossa Reportagem teve acesso à margem do XVI Seminário Nacional da Despesa Pública que decorre desde ontem na cidade da Matola, estão inscritas como beneficiários dos referidos pagamentos perto de 2 300 pessoas, perfazendo cerca de 40 milhões de contos.
“Nós estamos a trabalhar com eles (ex-sócios) já há algum tempo e acordámos, o ano passado, que íamos pagar este ano, porque no ano passado não tínhamos o valor no Orçamento. Portanto, vamos pagar ainda este ano, durante o primeiro semestre”, referiu o ministro das Finanças.
Explicou que o processo de pagamento poderá durar três meses, sendo que cada beneficiário vai receber o dinheiro a que tem direito de uma e única vez. “Portanto, o valor está previsto no Orçamento de 2008”, referiu, para depois acrescentar que a demora na satisfação da reivindicação tinha a ver também com a complexidade da matéria em causa.~
No tempo colonial todo o funcionário do Estado era obrigado a filiar-se àquela instituição fazendo contribuições que eram usadas para o financiamento de construção de habitação, bolsas de estudo, pensão de reforma, entre outros benefícios sociais.
Com a extinção da instituição e consequente criação do Banco Popular de Desenvolvimento (BPD), os antigos sócios do ex-Montepio dirigiram-se ao Ministério das Finanças, a fim de exigir os seus direitos, solicitação que embora tenha ganho forma em 1999 só poderá ser satisfeita este ano.
Jo찾o Cumbana, um dos antigos sócios do ex-Montepio contactado ontem pela nossa Reportagem, mostrou-se satisfeito com a decis찾o do Governo, embora tenha lamentado o facto de o pagamento ser muito tardio.
Cumbana disse ter contribuído durante cerca de 30 anos e que, de acordo com as contas do Governo por si citadas, deverá receber cerca de 20 mil meticais.
Entretanto, decorre desde ontem na cidade da Matola o XVI Seminário Nacional da Despesa Pública, com o objectivo fundamental de analisar a execu챌찾o do Or챌amento do Estado em 2007, a or챌amenta챌찾o por programas e a avalia챌찾o da implementa챌찾o do SISTAFE (Sistema da Administra챌찾o Financeira do Estado).
Intervindo na abertura da reuni찾o de tr챗s dias, o ministro das Finan챌as recordou que em 2007 foram integrados no e-SISTAFE todos os ministérios a níveis central e local.
“A desconcentração dos poderes de gestão e execução do Orçamento do Estado devem ser vistas como maior responsabilização sectorial e conferir maior transparência na utilização racional do erário público”, referiu Manuel Chang.
Apontou como importante marco de disciplina orçamental o facto de se ter chegado ao final do ano passado com todas as operações de tesouraria regularizadas, o que, segundo o ministro, reflecte que a utilização das operações de tesouraria foi feita respeitando as regras estabelecidas.