A aluna que agrediu uma professora na escola Carolina Micaelis, no Porto, diz que errou. O vídeo que mostra o confronto físico circulou na Internet, mas já foi retirado. Foi feito no passado dia 12, mas só ontem a docente fez queixa no Conselho Executivo. A agressão começou quando a professora quis tirar o telemóvel à jovem de 15 anos.

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O vídeo tem mais de uma semana. Foi feito na última aula de franc챗s do segundo período. A professora decide retirar o telemóvel a uma aluna, de 15 anos. A jovem n찾o aceita. As imagens s찾o de telemóvel, filmadas por um aluno de uma turma do nono ano da secundária Carolina Micaelis do Porto, que pede aos colegas que n찾o interfiram no confronto.

A professora só fez queixa na quinta-feira. Exactamente no dia em que o Conselho Executivo foi alertado pela Direc챌찾o Regional do Norte da exist챗ncia do vídeo na página do Youtube. As imagens foram de imediato retiradas da Internet. Mas quem as viu n찾o tem dúvidas em afirmar que se trata de Bullying, um termo utilizado para descrever actos de viol챗ncia física ou psicológica que tem por objectivo intimidar e humilhar os outros.

A direcção da escola abriu um processo de averiguações. Vários alunos da turma foram ouvidos, inclusive o que filmou o episódio. A encarregada de educação da aluna que agrediu a professora também foi chamada à escola.

A jovem, de 15 anos, receia ser expulsa. Ao Correio da Manh찾 disse que os pais n찾o sabiam de nada e garantiu ter no챌찾o de que o fez está errado.

O coordenador da linha SOS Professor garantiu hoje que são recorrentes situações semelhantes à agressão de uma aluna a uma professora por causa de um telemóvel divulgada na Internet, alertando para a necessidade de promover uma "convivência saudável" nas escolas.

Este foi um acto condenável, mas recorrente. Grande parte dos conflitos nas salas de aula deve-se a este tipo de aparelhos", afirmou Jo찾o Grancho, presidente da Associa챌찾o Nacional de Professores, responsável pela Linha SOS Professor.

João Grancho falava à Lusa depois de uma professora da Secundária Carolina Michaelis, Porto, ter sido vítima de uma cena de violência física e verbal por parte de uma aluna, depois de lhe retirar um telemóvel.

A cena, filmada através do telemóvel de um outro aluno e divulgada no site YouTube, mostra uma aluna do nono ano da escola a gritar e a empurrar uma professora quando a docente lhe tenta tirar o telemóvel.

Para João Grancho, "perante uma situação com esta gravidade, os responsáveis pela tutela deviam ter alguma palavra e dar um sinal à sociedade e à família de que a educação não é isto".

"É acima de tudo promover e melhorar a própria convivência", sublinhou.

O coordenador da SOS Professor defendeu ainda que tem de "haver um refor챌o da consciencializa챌찾o, também por parte dos pais".

Afirmando que as escolas t챗m de ter uma "atitude preventiva" relativamente a estes casos, Jo찾o Grancho recusou-se a indicar quantos casos semelhantes foram registados pela linha SOS Professor, remetendo para um relatório que será apresentado em breve.

"Vamos apresentar o relatório no início de Abril, onde constam as comunica챌천es e os pedidos de apoio desde o início de Setembro até ao final do segundo período deste ano lectivo", afirmou.

CDS-PP exige respostas

Também o CDS-PP, através do deputado Nuno Magalh찾es, apelou hoje ao Governo para que d챗 "algumas respostas" sobre o caso ocorrido na Carolina Michaelis.

"Queremos saber as respostas do Governo a este caso e segundo as respostas que tivermos é que vamos decidir que chamamos a ministra (ao Parlamento) ou não", disse Nuno Magalhães à Lusa.

Dizendo-se "chocado" com as imagens da agress찾o, o deputado criticou ainda o PS por ter rejeitado tr챗s propostas apresentadas pelo CDS-PP relacionadas com a seguran챌a dentro e fora das escolas.

"Durante os últimos meses propusemos, para fazer face ao problema da viol챗ncia dentro das escolas e das salas de aulas, a cria챌찾o de um Observatório Escolar mais abrangente, onde estariam representantes do Ministério da Educa챌찾o, dos pais, dos alunos, dos auxiliares de educa챌찾o e do Ministério da Administra챌찾o Interna, nomeadamente representantes do programa Escola Segura. Infelizmente o PS rejeitou este Observatório", disse o deputado.

Nuno Magalh찾es referiu ainda que o PS também rejeitou as propostas do CDS-PP de refor챌o do programa Escola Segura "para combater a viol챗ncia fora do perímetro escolar" e de redefini챌찾o dos tipos de crimes ocorridos fora das escolas.

Em contrapartida, criticou o PS por ter aprovado o Estatuto do Aluno, que "desautoriza os professores" e "cria uma cultura propícia a este tipo de fenómenos".


Com Lusa