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De: manuelnhungue  (Mensaje original) Enviado: 28/11/2007 15:20

A Corte Portuguesa No Brasil

Autor: ANÍBAL de ALMEIDA FERNANDES: Novembro, 2007.

A vinda da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro
(1808-1821)

1) Situação em Portugal: A Europa está devastada pelo furacão Napoleão que mexeu em todos os tronos europeus e, no fim de 1807, está chegando em Portugal. É a madrugada de 27/11/1807 e a corte, desesperada, se atropela com pressa e desordem no cais de Belém para embarcar, filhas sem pais, mulheres sem marido, pessoas da mais alta nobreza que esperam subir a bordo com a roupa do corpo e com pouco ou nenhum dinheiro. D. João chegou acompanhado de D. Pedro Carlos, infante de Espanha, primo de Carlota Joaquina, e tomam a nau capitânia Príncipe Real com 67 m. de comprimento que recebe mais de 1.000 passageiros e é a sala do trono flutuante da monarquia portuguesa, logo depois chegam Dona Carlota, D. Pedro, as infantas e o infante D. Miguel, e se dividem em 4 navios, por questão de segurança dinástica, D. Pedro e D. Miguel embarcam com o pai; dona Carlota e 4 filhas embarcam na fragata Alfonso de Albuquerque; espera-se a rainha, Dona Maria 1a, a Louca, com 73 anos que aos urros entremeados de lamúrias e exclamações de Ai Jesus!, Ai Jesus!, se recusa a embarcar, pois quer ficar com o povo e resistir e, finalmente, é carregada nos braços pelo comandante da frota real e embarca no Príncipe Real. As 2 princesas do meio embarcam no Rainha de Portugal enquanto a tia e a cunhada de D. João embarcam no Príncipe do Brasil. Trazem consigo, metade do tesouro português, algo em torno de 80 milhões de cruzados, a outra metade já fora quase toda gasta para comprar a neutralidade com a França de Napoleão, sequiosa dos tronos europeus, e o que resta em Lisboa, cerca de 10 milhões de cruzados, não dava para mover o reino e pagar as dívidas, o que fará o general Junot derreter toda a prataria das igrejas e palácios para pagar a manutenção das tropas francesas em Portugal na guerra que se seguirá e que matará 250.000 portugueses, ou seja, 1/12 da população portuguesa.
A transferência para o Brasil já fora sugerida pelo famoso padre Antonio Vieira, conselheiro de D. João 4o (1641-1656). Depois, com a crescente penúria de Portugal e a enorme riqueza que vinha do Brasil, Luis da Cunha, diplomata de D. João 5o (1706-1750), reexamina a mudança proposta por Vieira, pois acha muito mais racional administrar o Brasil in situ. Com o furacão napoleônico, a loucura de D. Maria 1a e a crescente insegurança de Portugal, a transferência volta a ser cogitada por Rodrigo de Sousa Coutinho, futuro Conde de Linhares, que declara à Corte em 1798: que os domínios na Europa já não constituíam a capital e o centro do império Português.
A situa챌찾o européia está muito complicada por conta da exig챗ncia de Napole찾o do Bloqueio Comercial contra a Inglaterra. Em 1806, o espanhol Manoel de Godoy 1o Ministro de Carlos 4o, e amante da rainha Maria Luisa, procura efetivar junto a Paris a partilha de Portugal em 3 partes: ao Norte a Etrúria, com o Minho e o Douro tendo o Porto por capital que seria entregue ao genro de Carlos 4o, Luis de Parma, como Rei de Etrúria, o Sul com o Alentejo e o Algarves fica para Godoy que terá o titulo de príncipe dos Algarves, o Centro com a Beira, Trás os Montes e Estremadura fica para os Bragan챌a tendo Carlota Joaquina como regente. Em julho de 1807 o embaixador portugu챗s em Paris recebe um ultimato para que Portugal rompa as rela챌천es com a Inglaterra. A 3/11/1807 Portugal concorda e manda pelo Marqu챗s de Marialva diamantes brasileiros para acalmar Napole찾o e solicita a Strangford que se retire do país; a 18/11 Strangford pede o passaporte, fecha a embaixada e se abriga na esquadra inglesa comandada por sir Sidney Smith e composta pelos navios HMS Marborough, Bedford, London e Monarch que protegeriam a retirada até o Brasil.
Esta proteção inglesa seria duramente cobrada pela Inglaterra através de um tratado feito por Lord Strangford em 1810, com total apoio de Rodrigo de Sousa Coutinho que por tal auxílio recebe, como cortesia, um retrato de Jorge 3o da Inglaterra com enfeites de diamantes e uma caixa de diamantes. Este malfadado tratado, pessimamente recebido pela Corte, atinge diretamente a soberania do reino com as seguintes particularidades: os ingleses estariam sujeitos somente à sua própria justiça, seus navios de guerra teriam acesso ilimitado às águas brasileiras e, quando em missão de proteção, eles seriam abastecidos pela Corte, a madeira brasileira poderia ser usada para a construção naval britânica, os ingleses poderiam negociar e possuir propriedades sem nenhuma restrição, não estariam sujeitos à Inquisição e teriam liberdade de culto, e o pior de tudo, a mais escandalosa sujeição, para os ingleses as taxas seriam apenas de 15% enquanto que para os brasileiros e portugueses a taxa era de 16%!!! Alem disso, o altíssimo custo de instalação da corte no Rio, que estava falida, obrigou D. João a obter um empréstimo de 600.000 libras da Inglaterra para manter funcionando a gigantesca burocracia da Corte dando como garantias de pagamento as receitas do arquipélago da Madeira e o monopólio da Coroa sobre o pau-brasil, receitas que eram vitais para o reino. Portugal já vinha, desde a época pós-descobrimentos, perdendo sua importância e força econômica e política no contexto mundial, que fora imensa com mais de 50 fortes ao longo das ricas costas asiáticas que dominavam as rotas e transações comerciais que davam lucros extraordinários para Portugal, pois, infelizmente, a tenacidade, competência técnica, empresarial e logística que demonstrara e o fizera dono do comércio global acabara. Dois fatos causam um enorme prejuízo às finanças do reino: a Restauração dos Bragança, após o domínio espanhol de 1580 a 1640 custou muito caro, pois o auxilio inglês significou o casamento da filha de D. João 4o com o rei Carlos 2o da Inglaterra em 1661 e, para isso, houve o dote de 2 milhões de cruzados e a entrega da região de Tanger e Bombaim. A alegada expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654, que fora o ponto mais rico do mundo colonial português com sua exportação de açúcar atingindo 700 mil arrobas, fez com que, entre 1661 (Tratado de paz de Haia) e 1730, Portugal tivesse que pagar à Holanda, 4 milhões de cruzados de indenização, além de entregar o Ceilão e as ilhas Molucas para a Holanda.
Por conta dessa desastrada política de entrega de patrim척nio e perda de renda, em 1800 Portugal já está sem for챌a, pois acabara o dinheiro que vinha do Brasil, cujo apogeu foi entre 1750 e 1760, quando se estima que veio uma fortuna de 2,5 milh천es de toneladas de ouro e 1,5 milh천es de quilates de diamantes, que ajudou a reconstruir Lisboa destruída pelo terremoto ao tempo de D. José 1o e do Marqu챗s de Pombal cuja energia, dinamismo e autoridade tiraram Portugal da letargia em que estava desde a época pós-descobrimento abrindo as portas da Corte para os riquíssimos comerciantes que queriam ser nobres, aliás, como já fizera D. Jo찾o 5o, visando conseguir recursos para manter o fausto da Corte empobrecida. Portugal era um país em acelerado processo de decad챗ncia como metrópole aut척noma, pois come챌ou dando ao comerciante ingl챗s as condi챌천es de igualdade com o portugu챗s, avan챌ou a ponto de sacrificar nossa indústria em prol da brit창nica e acabou por concordar em eliminar a lavoura brasileira para favorecer a agricultura das col척nias inglesas das Antilhas.

2) A Viagem: A esquadra era provavelmente composta de 8 naus, 3 fragatas, 2 brigues, 1 escuna de guerra, 1 charrua de mantimentos e mais vários navios mercantes da marinha portuguesa num total de 36 barcos nas palavras de Lord Strangford, o embaixador inglês de 27 anos tradutor de Camões, no entanto era pequena para acomodar as 15.000 pessoas que fogem, há muita controvérsia sobre o número correto e, hoje em dia, fala-se em 4.500 (Kenneth Light no livro Transferência da Corte para o Brasil) ou apenas 500 (Nireu Cavalcanti). A esquadra deixa a barra do Tejo às 7,00 h. de 27/11/1807.
A frota chegou a ser avistada por Junot quando chegou a Lisboa e, daí, vem o dito ficou a ver navios. Muitos nobres não quiseram fugir, ainda abalados com o Massacre dos Távoras feito na época do Marquês de Pombal, o grande 1o Ministro de D. José. Alguns nobres aderem ao inimigo e se apressam a fazer rapapés a Junot e a sua mulher Laura, Duquesa de d´Abrantès, que era da alta sociedade napoleônica, convidando-os para recepções. A viagem é cheia de privações, pois na pressa do embarque, água, víveres, roupa de cama foram deixados no cais e precisam solicitar lençóis e cobertores da marinha britânica. Não há roupa de baixo para troca e na Alfonso de Albuquerque há uma infestação de piolhos que obriga as mulheres a raspar a cabeça, começando com Carlota Joaquina e as princesas reais. Não há nenhuma privacidade e alguns nobres têm que dormir no convés ao relento, sem camas nem cobertas, sendo molhados pelo mar. A frota se divide após tempestade na ilha da Madeira, e a Príncipe Real e a Alfonso de Albuquerque chegam a Salvador à 22/1/1808 que era a cidade mais populosa do império português e onde a família real pisa o solo brasileiro pela 1a vez para agitação dos baianos que não os esperavam, aí ficando por um mês, seu primeiro compromisso oficial foi uma missa na catedral. Entretanto a Rainha de Portugal e a Príncipe do Brasil seguem direto para o Rio onde os viajantes permanecem a bordo aguardando a chegada do resto da esquadra, com a rainha Dona Maria e o regente D. João.

3) A chegada no Brasil: Finalmente a corte reunida desembarca, a 7/3/1808, no Rio de Janeiro cuja população total era de 60.000 almas, das quais 40.000 escravos negros e recebe esta multidão de 15.000 emigrados precariamente. A chegada à baía da Guanabara é assim descrita por um viajante da época:
N찾o existe viajante algum que, tendo visto o Rio, n찾o fale com admira챌찾o do magnífico espetáculo proporcionado pela baía da cidade. Esta baía é ainda mais vasta que a baía de Constantinopla, pois tem 5 léguas de extens찾o por 쩐 de milha de largura, é defendida por rochas graníticas de efeito grandioso e poderia acolher todas as frotas do mundo sem amontoamento.
Quando se entra na baía, após o sofrimento da longa travessia, fica-se comovido com o esplendor do panorama:
Porém que decep챌찾o se sente, oh meu Deus, quando se sai do ancoradouro?! Os perfumes que vem da baía s찾o infectos!! A explica챌찾o é simples, a água das casas era transportada pelos escravos de várias fontes em barris semelhantes aos que, no fim da tarde, carregavam os detritos, pois as casas n찾o t챗m fossa séptica já que o len챌ol freático, por causa do solo pantanoso, está muito próximo da superfície e todos os detritos domésticos s찾o postos em barris que os escravos p천em sobre a cabe챌a e vem, em prociss찾o, para o mar onde os jogam, dá para imaginar o mau cheiro com o terrível calor do lugar, esses negros s찾o como o símbolo da cidade. E o ponto onde jogam é próximo ao palácio e quem estiver na janela, n찾o pode deixar de ver os horrorosos barris, que v찾o e vem na água da baía ao cair da tarde e cujo odor se faz sentir até o fundo dos quartos do Palácio Real e do Hotel Pharoux, que hospeda os estrangeiros que fica inabitável conforme a dire챌찾o do vento. Mais tarde, uma viajante francesa diz que as margens da baía n찾o passam de um vaso sanitário infecto e as praias que pareciam t찾o belas do navio, eram o receptáculo das imundícies de toda a cidade!!!!
A cidade andava extasiada com as notícias de que estava próximo o dia do rei, em pessoa, estar na exuberante capital tropical, e o vice-rei e capitão geral do Brasil, Dom Marcos de Noronha e Brito, apoiado pelos grandes da terra, preparava a recepção e a instalação da corte, dando exemplo ao despejar-se, a si próprio, do palacete em que vivia para cedê-lo aos ilustres migrantes sem teto. Do reino, da Inglaterra e França, fortes comerciantes, da Itália vários artistas, da Áustria sábios naturalistas e da costa da África pretos de várias compleições, são 15.000 pessoas. Na realidade, não resta opção para os moradores, pois uma das primeiras leis baixadas pelo regente, D. João, foi impedir que os fluminenses tivessem mais que uma propriedade, ordem que era extensiva às lojas e armazéns, determinando que a segunda propriedade fosse entregue aos migrantes necessitados vindos da mãe pátria. Esta lei esteve em vigor até 1818. Para se entender essa forte arbitrariedade há que se entender o poder do rei em uma Monarquia Absolutista onde o Estado era apenas um aspecto da glória do rei e não havia separação nítida entre suas ações, desejos e vontades, tanto no Estado como em sua vida particular, pois o rei é o senhor de tudo e reinava no país como dono da casa e em casa como dono do país. A corte do antigo regime estamental é entendida como uma imensa casa do rei, e essa posse chega a tudo, tanto é que a separação dos fundos econômicos da Casa de Bragança e os fundos do Estado português só serão resolvidos com a criação de um Erário Público no 1o Reinado, por D. Pedro 1o Imperador do Brasil (1822-1831).

4) D. João 6o: (*13/5/1767-+10/3/1827), 27o Rei de Portugal, Duque de Bragança, Barcelos e Guimarães, Marquês de Viçosa, Conde de Arraiolos, é muito feio, baixo, gordo, bonachão, comilão chegando a devorar 3 frangos seguidos, arrematados por 4 ou 5 mangas, acompanhados por água, uma vez que raramente bebia vinho, era sossegado e sem vaidades, não gostava de roupas novas, muito carola e só foi rei porque seu irmão José morre de varíola em 1788 e a mãe é, oficialmente, declarada louca!!! em 1799, tornando-o Príncipe Regente, uma das causas desta loucura pode ter sido a tremenda culpa que Dona Maria sentiu por não ter permitido que D. José se vacinasse contra a varíola. Porém, apesar de uma aparente fraqueza ele representa a visão do futuro e da adaptabilidade à nova ordem, pós-revolução francesa na Corte portuguesa, é ele a querer vir para o novo mundo, é ele a querer ficar, e a fazer o Brasil, Colônia e Vice Reino de 1500 a 1808, virar Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1808-1822), é ele em Janeiro de 1808 a abrir os portos brasileiros num ato que é considerado o início da nossa emancipação econômica, é ele em Abril de 1808 a dar o Alvará de Liberdade Industrial que permite a abertura da tecelagem, da manufatura de metais e alimentos, porém a alegria dura pouco e os ingleses forçam-no a taxar a mercadoria brasileira em 16%, enquanto que a inglesa tem apenas taxa de 15%, o que faz fracassar a indústria brasileira e o Brasil ser inundado com produtos ingleses sem penetração na Europa por conta do Bloqueio de Napoleão, é ele que em 1808 funda o Banco do Brasil para regular a moeda, porém o desmando e a corrupção são de tal ordem e se emite tanto dinheiro que o lastro de ouro é superado, o dinheiro perde o valor e a respeitabilidade e o Banco fecha as portas em 1828, insolvente, é ele a quem o Brasil deve o futuro grande esplendor econômico do café no Império, pois entrega com as próprias mãos aos vassalos, mais chegados à corte, as mudas de café que manda trazer da África, ele construiu o Jardim Botânico, um observatório astronômico, um teatro, uma biblioteca pública, a tipografia real, uma fábrica de pólvora, a Academia Militar, a Academia da Marinha. É ele, finalmente, a ter a perspicácia e visão política do futuro ao fazer o filho ficar, cá no Brasil, quando urge voltar a Portugal para acalmar os ânimos dos reinóis indignados com a ausência do rei, é ele, injustiçado pela história oficial que não lhe dá a unanimidade ao julgar como sua, a decisão de vir para o Brasil como estrategista competente que era é ele, sem dúvida, a grande figura da Casa de Bragança desta corte no exílio e a quem o Brasil deve sua existência como Nação. Ele foi um dos poucos monarcas europeus a reinar continuamente durante a época napoleônica o único a me tapear em todos os tempos como escreveu, sobre ele, Napoleão em Santa Helena. Sua vida no Rio, na Quinta da Boa Vista, é muito simples, acorda às 6,00 h., assiste à missa, é barbeado, toma o café da manhã e discute a administração da cidade. Almoça ao meio dia numa grande mesa oval e cercado por todos os nobres e dignitários e ao fim é assistido por D. Pedro que segura a bacia de prata e por D. Miguel que derrama água para que ele lave as mãos após a refeição. É fato histórico que guardava frangos inteiros nos bolsos das casacas engorduradas e puídas, Tobias Barreto informa que: não havia registro de D. João VI ter tomado banho de corpo inteiro tanto em Lisboa como no Rio. Dorme um pouco após o almoço e depois cuida dos negócios, passeia pela cidade e visita a mãe. Dorme por volta das 23,00 h.
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De: manuelnhungue Enviado: 28/11/2007 15:21
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5) Carlota Joaquina: (*25/4/1777-+7/1/1830), é a 1a filha de Carlos 4o de Espanha e de Maria Luisa, a fogosa rainha que brigou com a Duquesa de Alba por ciúmes de Goia o grande pintor dos reis de Espanha. Carlota era bisneta de Luís XV, tetraneta de Luís XIV, ambos reis de França e profundamente orgulhosa de sua origem Bourbon, era horrível com um rosto anguloso e quase masculino, com barba e bigode, com menos de 1,50 m e sonhava com a grandeza da Espanha, ela detestava o Brasil não vendo a hora de voltar para a Europa, não houve na corte no exílio, quem mais fez intrigas, e das mais ambiciosas, inclusive para submeter o reino português aos domínios espanhóis ou conseguir a Coroa de Espanha para si própria uma vez que seu pai Carlos 4o e seu irmão Fernando 7o estavam prisioneiros de Napoleão. Arrogante, cruel, vingativa e impetuosa tinha um gosto espalhafatoso para roupas e jóias tendo a cabeça adornada com um arranjo de jóias e plumas, foi considerada a Messalina, a Maria Antonieta de Portugal. Ela vive irrequieta, se deslocando do palácio Real no centro para um palacete num morro vizinho e para uma casa na praia do Botafogo, sempre cavalgando pela cidade cercada por uma guarda pessoal e exigindo que os passantes sejam quem forem, nobres ou estrangeiros, parem se ajoelhem e façam reverências em sua passagem e mandando sua guarda pessoal agredir quem não as faça, isto gera tantos incidentes diplomáticos que D. João 6o isenta os estrangeiros desta obrigação. Quando sua filha mais velha Maria Teresa se casa, em 1810, com o primo D. Pedro Carlos, Infante de Espanha, ela fica furiosa e diz que prefere a filha jogada num poço à casada com seu primo. Ao voltar para Portugal com D. João 6o levando 4.000 cortesãos a 25/4/1821 ela disse, vou enfim encontrar uma terra habitada por homens, vivi 13 anos no escuro só vendo pretos e mulatos.
D. Jo찾o e Carlota Joaquina, tiveram 9 filhos, entre eles: 1 Imperador e Rei, 1 Rei e 2 Rainhas:
Maria Teresa, princesa da Beira; mulher de Pedro Carlos, Antonio, morto jovem; Maria Isabel, mulher de seu tio Fernando 7o (1784-1833) rei de Espanha; Pedro, 1o Imperador do Brasil e Rei Pedro 4o de Portugal; Maria Francisca mulher de Carlos 5o (1788-1855) rei de Espanha; Isabel Maria, regente de Portugal (1826-1828); Miguel, que pelo casamento com a filha de D. Pedro 1o, sua sobrinha, torna-se rei de Portugal; Maria, morta solteira e Ana, duquesa de Loulé.

6) A adapta챌찾o da Corte aos trópicos: A corte endividada, e at척nita, com a novidade dos trópicos encontrou na col척nia um tecido social que estava assim estruturado: Já existia na col척nia uma aristocracia de poder econ척mico e privilégio social composta de senhores de engenho, criadores de gado e fazendeiros produtores de víveres e mercadorias, os quais agrupados em cl찾s impenetráveis controlavam as áreas situadas em torno das principais cidades litor창neas sendo que a aristocracia nordestina era simpática a Portugal e a do sul era resistente ao poder real, (Alan Manchester).
A apologia do poder real enfatizava as propriedades inatas do soberano com seu caráter paternal para com seu povo e sua procedência divina e sua capacidade divina de conceder graças. A nobreza migrada, composta da mais alta nobreza de sangue e espada como os Caparicas, Lavradios, Pombais, Belas, Redondos e a nobreza de toga composta pelos comerciantes de grosso trato nobilitados a partir de D. João 5o, que são mais recentes e influentes nos cargos da administração do reino, como os Anadia, Vagos, Angeja, Belmonte ou Cadaval, pois essas 2 nobrezas empenharam-se em manter sua proximidade com o Rei e alargar as distâncias que as separavam das elites da terra criando uma tensão sócio-cultural que marca a estada da corte no Brasil e foi usada por D. João 6o com maestria para manter o controle do país e da Corte e preservar a Dinastia Bragança. Os emigrados passam suas primeiras semanas em completo estado de choque cultural e emocional horrorizados com o clima, a insalubridade da cidade e a vulgaridade dos brasileiros e apavorados com as tempestades tropicais cheias de raios e trovões, o marquês de Borba escreve, desesperado, para os familiares: é um mundo novo, mas para pior!!!, eu nunca pensei terminar meus dias em terra de tanta abominação e escândalo. Os anos de 1817 e 1818 foram os mais faustosos da permanência da corte no Brasil. Em particular o período entre a chegada da princesa Maria Leopoldina Josefina Carolina Von Habsburgo-Österreich, (22/1/1797-11/12/1826), filha de Francisco I, Imperador da Áustria-Hungria e Maria Teresa de Bourbon-Sicílias a 5/11/1817, para o casamento com D. Pedro, Duque de Bragança e Príncipe do Brasil e o aniversário e coroação e aclamação de D. João, a 13/5/1818, como monarca de uma centenária Casa Real européia. Foram inúmeras festas feitas com doações dos grandes negociantes nativos sempre com desfiles e arcos triunfais pelas ruas da cidade que deslumbraram, pelo luxo, fausto e riqueza, a população da cidade, pois eram acontecimentos totalmente inéditos para o Novo Mundo.

7) A adaptação dos brasileiros à Corte: Os sentimentos de vassalagem dos fluminenses se exprimem pelos muitos e gordos donativos feitos para sustentar o dia a dia da corte que era de manutenção caríssima, e contínua, só em aves para a alimentação gastavam-se 75 contos de réis por mês, e, praticamente o rei não tinha nenhuma outra renda além da concessão das mercês, franqueada aos vassalos, como já era praxe em Portugal desde D. João 5o, 24o rei de Portugal, (1706-1750), e que era o principal capital econômico de que dispunha a monarquia para sobreviver. Em 1800 conseguia-se em Portugal, o Foro de Fidalgo por 25.000 cruzados e o Hábito de Cristo por 5.000 cruzados. Portugal foi diferente, das demais nobrezas territoriais européias, por não basear o seu estado, e o seu poder, exclusiva ou majoritariamente, nos senhorios da terra, lá havia uma categoria de nobre genuinamente lusitano, o fidalgo mercador. A partir do Marquês de Pombal, no século XVIII, se consolida em Portugal a importância dos grandes comerciantes na sociedade portuguesa que participam da máquina administrativa e lutam pelo ideal da nobilitação ficando cada vez mais ricos e poderosos, enquanto que a velha nobreza decaía e se endividava cada vez mais.

8) A Quinta da Boa Vista: D. Jo찾o se instala na Quinta da Boa Vista (S찾o Cristóv찾o) que recebe em doa챌찾o do comerciante Elias Antonio Lopes, e a quem ele confidenciou maravilhado (sic): Eis aqui huma varanda Real, Eu n찾o tinha em Portugal cousa assim. Porém, a casa n찾o convence como resid챗ncia real a John Luccock que a considera: acanhada e pretensiosa, mal construída e pessimamente mobiliada. Dona Maria fica no convento do Carmo. Carlota Joaquina fica na antiga sede do vice-reino no centro da cidade, que vira o Palácio Real, que era absolutamente desprezível como habita챌찾o real, com 63,98 m. por 23,76 m. de área, porém é: um casar찾o sem nenhum mérito arquitet척nico. Em 1817 a comitiva austríaca de dona Leopoldina se decepcionará com o palácio, que acham sujo e malcheiroso reclamando do estrume no terreno e das nuvens de insetos que atraíam: qualquer fidalgo alem찾o provinciano disp천e de uma resid챗ncia mais bonita.

A Quinta da Boa Vista avaliada em 400 cruzados rendeu a Elias a Comenda da Ordem de Cristo e o titulo de Cavaleiro da Casa Real, Elias ao morrer, em 1815, deixou uma fortuna de 235.908$701 (duzentos e trinta e cinco contos novecentos e oito mil setecentos e um réis) e, ainda mais, 110 escravos avaliados em 9 contos de réis.

9) O início da nobreza Brasileira: Manuel José da Costa Filgueiras Gayo informa no Nobiliário de famílias de Portugal, que o foro de Cavaleiro ou Escudeiro era sinal de nobreza de sangue, principalmente, quando esse título já era usado antes da reforma de D. Sebasti찾o em 1572 reforma, esta, que simplificou, e facilitou, as exig챗ncias para qualificar os novos titulares já inseridos na nova din창mica social de grandes fortunas que come챌a a imperar entre a nobreza de Portugal a partir do século XVII. Cabe aqui, uma refer챗ncia histórica familiar, pois no século XV, meu 13o av척, Jo찾o de Arantes, senhor da Quinta de Romay, foi feito por El Rei D. Jo찾o 2o, de quem era companheiro de armas, Condestável dos Espingardeiros a 2/1/1488, (conforme o documento histórico que confirma esta nomea챌찾o), e ele já era qualificado como Cavaleiro Fidalgo de sangue e espada e Morador da Casa Real.
Foram os comerciantes de grosso trato fluminenses, (que tinham preponder창ncia sobre os outros setores econ척micos existentes na col척nia, como os comerciantes reinóis e a aristocracia agrária nativa), que ajudaram a manter o passadio da corte e foram agraciados com Comendas e Títulos: Manoel Caetano Pinto cuja fortuna, em 1839, era de 280 contos de réis, José Inácio Vaz Vieira, Antonio Gomes Barroso, Antonio José Ferreira, genro de Manoel Caetano Pinto, com fortuna de 300 contos de réis, e vários outros, entre eles o mais influente e poderoso, Brás Carneiro Le찾o (1732-1808), o maior e mais poderoso dos negociantes de grosso trato do Rio de Janeiro que, já em 1802, fora agraciado com a Ordem de Cristo e era Cavaleiro da Casa Real e tinha carta de bras찾o para si e seus 6 filhos. Louis de Freycinet, comentando a vida social do Rio informa que ficou at척nito com a opul챗ncia das mulheres da família de Carneiro Le찾o as quais usam jóias de tal magnific챗ncia que apenas os diamantes s찾o avaliados em 6 milh천es de francos.
A viúva de Brás Carneiro Le찾o, Ana Francisca Rosa Maciel da Costa, é feita por D. Jo찾o 6o, Baronesa de S찾o Salvador de Campos, a 17/12/1812, e é o 1º brasileiro nato a receber merc챗 de título nobiliárquico no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Sua filha, Luisa Rosa Carneiro da Costa (1786-1843), casou-se com Paulo Fernandes Viana, que era íntimo de D. Jo찾o 6o e administrava a cidade do Rio, e deste casal descendem: Paulo, Conde de S찾o Sim찾o; Maria, Marquesa de Cunha e Ana Luiza, Duquesa de Caxias.
Seu filho, José Fernando Carneiro Le찾o, que tinha o hábito da Ordem de Cristo desde 1810, será Conde de Vila Nova de S찾o José e uma de suas filhas, casa-se com o filho de Rodrigo de Souza Coutinho, 1o Conde de Linhares em 1808, Ministro de D. Jo찾o VI, que é o exemplo típico da nova nobreza portuguesa iniciada por D. Jo찾o V, pois representa a nobilita챌찾o de mercadores de grosso trato sem nenhuma ascend챗ncia de linhagem nobre de sangue, ele era atarracado com cabelos encaracolados e de cor t찾o morena que os seus desafetos na Corte suspeitavam que ele tinha sangue africano.
Sua filha, Ana Carneiro da Costa será a 1a Viscondessa de Cachoeira.
Seu filho, José Alexandre Carneiro Le찾o será Visconde de S찾o Salvador de Campos.
Sua filha, Francisca M척nica Carneiro da Costa será Marquesa de Baependi, e m찾e do Conde de Baependi e do Bar찾o de Juparan찾.
Sua neta, Mariana será Marquesa de Jacarepaguá.
Sua bisneta Francisca será Viscondessa de Carapebús.

10) Estilo de vida e hábitos dos brasileiros da Corte: Era essa a rotina de vida dos ricos fluminenses: levantavam às 9 horas, desjejum às 10, trabalhavam até às 15, fazem em seguida uma longa sesta e, às 20, tomavam um chá com a família. Quando eram convidados para a casa de amigos iam às 19 e voltavam às 23. Quando tinha baile voltavam às 2 ou 3 horas da madrugada. O almoço/jantar começava com uma sopa de carne com legumes, seguida de frango com arroz e molho picante, entre cada prato uma colherada de farinha de mandioca como se fosse o pão e, para refrescar o paladar, usavam laranjas e saladas. Como sobremesa tinham o arroz doce, queijo de minas, holandês ou inglês, frutas variadas e, para beber, porto ou madeira e o café. Somente os homens usam a faca, mulheres e crianças se servem com os dedos e as escravas comiam ao mesmo tempo, em pontos diversos da sala sendo que, por vezes, suas senhoras lhes dão um bocado com as próprias mãos. Os estrangeiros sentiam repugnância pelo prato de carne seca de Minas com feijão preto e farinha de mandioca, tudo isso cozido e amassado com os dedos que são lambidos no final.
A mulher vivia confinada, privada de liberdade, num contínuo isolamento, sempre fechada em casa e mesmo entre a nobreza vigorava a norma da província, de que a mulher só três vezes saía de casa, para ser batizada, para casar, para ser enterrada. As mulheres costumavam sentar-se em esteiras, de pernas cruzadas à maneira oriental, junto às janelas rodeadas de escravas para servi-las. O ócio e a falta de exercícios rapidamente deformavam o corpo das adolescentes que, aos 13 anos assumiam o papel de matronas e, aos 18 já atingiam a plena maturidade física. A beleza feminina da época ia da moça do tipo quebradiço, quase doentio, à mulher gorda, mole, caseira, maternal, de coxas e nádegas largas, com pezinhos deformados por sapatos apertados demais, de seda nas cores branca, azul, celeste, rosa, que duram 2 dias, pois as calçadas são péssimas, só em 1818 chega a moda dos sapatos envernizados de couro que são caríssimos. A cintura de vespa era apertada pelo espartilho. Os cabelos eram longos e com todos os formatos arquitetônicos possíveis e com nomes pitorescos: tapa missa e trepa moleque. Usavam xales de seda, lã, pelo de camelo, renda, tricô, musselina bordada de ouro ou prata.
Os homens, sempre de barba e/ou bigode, se vestiam como ingleses e tinham como característica o fardamento das diversas ordens, com guarda roupa composto de cal챌as, cal챌천es, camisas, casacos, sobrecasacas, chambre de seda, len챌os e gravatas, meias de seda, chapéus, jaquetas e xales de l찾, tudo sempre muito colorido.
A vida social é muito chata e as distra챌천es pouco freqüentes, pois quase n찾o há reuni천es sociais. Os jantares, bailes ou reuni천es em casa particular, s찾o coisas quase inexistentes. O 1o teatro foi construído pelo Rei e inaugurado a 12/10/1813, com o nome de Teatro S찾o Jo찾o, continha 1.020 poltronas e 112 camarotes. Carlota Joaquina achava o Rio sem nenhuma sofistica챌찾o e julgava a cidade repugnante, terra de macacos e negros.

11) Como os Bragança criam uma dinâmica social brasileira: Graças a Napoleão, que provoca a fuga da Corte, tivemos a inserção política do Brasil no Reino de Portugal e a chance de crescer como nação no novo mundo que emerge do turbilhão social que varre a Europa e começa a reestruturar a sociedade européia, pós-revolução francesa, abrindo vários caminhos para o desenvolvimento, pois um rei Português forte, independente e bem instalado na distante Lisboa, jamais teria dado liberdade para que uma classe dirigente do Brasil Colônia ficasse rica e poderosa o suficiente para pleitear sua inserção no teatro centenário da Corte recebendo dignidades e títulos nobiliárquicos. Entretanto o início econômico do Brasil, como nação, foi engolfado pela Inglaterra que se aproveita da debilidade da Corte no exílio e abusa de sua força estrangulando o incipiente desenvolvimento comercial brasileiro. A configuração social da corte de D. João 6o no Brasil é composta de uma mistura da nobreza européia centenária quase falida e de nobres de toga mais recentes que eram ricos e vindos da classe comercial graças ao Marquês de Pombal, e da elite da terra brasileira de grande riqueza e honrados com as Insígnias das Ordens centenárias e com Brasões de Armas, dados como prêmio de relevantes serviços prestados ao rei e às grandes doações que permitiram a manutenção do fausto da Corte falida, o que reproduz a mesma dinâmica social estabelecida em Portugal desde D. João 5o (1706-1750). Para conseguir renda e manter a Corte, durante o período que passou no Rio, D. João concedeu títulos a 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões, além de fazer 4.000 cavaleiros. Tal quantidade foi criticada por Pedro Calmon que satiriza esta prodigalidade: tornar-se conde em Portugal exigia 500 anos, no Brasil apenas 500 contos.
Esta prodigalidade do Rei D. João VI consegue, graças a essa inteligentíssima estratégia, exterminar as possíveis ilusões democráticas pós-revolução francesa e lhe permite administrar e controlar, todas as classes sociais na dourada cadeia da subordinação ao Rei, sempre tendo em vista a preservação da pirâmide monárquica na qual esses ricos nativos querem se inserir e mantém sob rígido controle tais indivíduos em seus ofícios e no devido respeito à sua autoridade Real garantindo a sobrevivência da Dinastia, pois o Rei nesta sociedade estamental de uma monarquia absoluta é o único dono de tudo e de todos no Reino que é a sua Casa. Esta semente de estrutura social, lastreada na ambição de ascensão social da elite brasileira, irá frutificar com tremenda intensidade no Império que se instala após a volta de D. João VI a Portugal em 1821, quando os 2 Imperadores se valem desta forte ambição de ser nobre que tem a elite brasileira, para sustentar o Império e lançar as bases da permanência de sua dinastia no Novo Mundo cercando-se em 67 anos de barões, viscondes, condes e marqueses num total de 986 titulares que recebem 1.211 títulos (assim divididos: 3 Duques, 47 Marqueses, 51 Condes, 235 Viscondes e 875 Barões) que tudo devem ao Imperador que lhes concede esta benesse apenas ad personam (de caráter pessoal isto é, vale apenas para o agraciado durante a vida, não sendo a nobreza hereditária, detendo o Imperador o poder total de administrar com mão de ferro a sucessão do título e manter as famílias sob sua completa dependência, num aprimoramento muito ardiloso do que fazia D. João VI). Essa multidão de nobres sustenta e protege o Império dos perigosos ventos democráticos que assolavam a Europa pós-napoleônica com toda a lealdade, fidelidade e interesse em perpetuar esta Dinastia que os dignifica como nobres e que, talvez, teria se mantido se houvesse um herdeiro masculino para ser Pedro III.

Bibliografia consultada para estruturar este trabalho:
Império à Deriva Wilcken, 2005, várias páginas tem trechos citados,
A Corte no Exílio, Jurandir Malerba, 2000, várias páginas tem trechos citados;
Carlota Joaquina, Francisca Nogueira de Azevedo, 2003,
As Barbas do Imperador, Lillian Schwarcz, 1996;
O Brasil no Tempo de D. Pedro II, Frederic Mauro, 1991;
Titulares do Império, Carlos Rheingantz, 1960;
500 Anos de Brasil, Heródoto Barbeiro e Bruna Cantelle, 1999;
História do Brazil, Rocha Pombo, Benjamin de Aguila, Edi챌찾o Ilustrada,
Anuário Genealógico Brasileiro, Ano IX (Penúltimo),
As 4 Coroas de D. Pedro 1o Sérgio Correa da Costa, 1995.
Brasil: uma História Eduardo Bueno, Atica, 2003.
VEJA 20/6/2007, pgs 114/116.

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 3 de 5 en el tema 
De: mayra1950 Enviado: 25/03/2008 03:07

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 4 de 5 en el tema 
De: misabelantunes1 Enviado: 25/03/2008 03:10
Mayra,
Obrigada, vou espreitar!
Beijinhos.
Isabel

Respuesta Eliminar Mensaje  Mensaje 5 de 5 en el tema 
De: misabelantunes1 Enviado: 25/03/2008 03:10
Mayra,
Obrigada, vou espreitar!
Beijinhos.
Isabel


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