- revela delegado da Ac챌찾o Social, José Baptista Moda
Beira (Canal de Moçambique) â Os funcionários do Instituto Nacional de Acção Social, (INAS) na delegação Provincial de Sofala estão desde o ano passado a canalizar o leite e as papas para crianças seropositivas em embalagens abertas, alegadamente para evitarem que as mães ou parentes dos petizes vendam aqueles produtos no mercado informal. De acordo com o delegado do INAS, José Baptista Moda, no passado, âquando aqueles produtos eram distribuídos selados, vezes sem conta, apareciam à venda no mercado informalâ.
“Introduzimos uma medida à partida não muito aconselhável de abrir as embalagens de leite e papas antes de procedermos à distribuição porque nos apercebemos, não só de que os produtos depois eram vendidos mas também que crianças beneficiárias ficavam cada vez mais, mal nutridas”.
“Efectuámos algumas rondas nos bairros e descobrimos que o leite e papas estavam a ser vendidos no mercado e que as crianças eram mal alimentadas”, afiançou Baptista Moda.
Diz ele entretanto que tiveram que tomar uma atitude: “Preferimos adoptar essa medida para encorajar as mães a alimentar as crianças e não vender os produtos no mercado. Essa medida faz com que elas não vendam o leite e papas”.
“Verbas exíguas”
Num outro desenvolvimento, Baptista falou ao «Canal de Moçambique» das “dificuldades” que a instituição que representa enfrenta. Falou-nos sobretudo, da “exiguidade das verbas para dar vazão aos projectos sociais”.
“O dinheiro que recebemos para dar vazão aos projectos sociais não satisfaz as nossas necessidades. Enfrentamos dificuldades sérias de orçamento por isso que vezes sem conta, reduzimos a quantidade da alimentação para as crianças que beneficiam de leite e papas através da nossa instituição”.
“Nem sempre conseguimos dar uma alimentação condigna às crianças uma vez que temos cortado a dosagem de leite e papas por causa da exiguidade orçamental”.
“Viaturas cansadas”
“O Instituto Nacional de Acção Social na Província de Sofala está funcionar com viaturas cansadas, ou seja com enormes problemas de circulação”, referiu numa outra passagem o mesmo interlocutor do «Canal de Moçambique». “Encontramos muitos problemas com os poucos meios de transporte que possuímos para dar vazão às necessidades em Sofala”, lamenta José Baptista Moda.
Acrescenta ainda que “para cumprir com alguns dos planos traçados em Sofala tivemos que realizar sacrifícios devido à falta de meios circulantes”.
“Muitas vezes solicitávamos pedidos de viaturas a outras instituições para realizarmos os trabalhos”.
“Por falta de transporte sentimos que a nossa capacidade de trabalho deixa muito a desejar por isso que pensamos em descentralizar os trabalhos pelos distritos de Sofala. No passado trabalhávamos a partir da Beira mas agora vamos descentralizar para os distritos no sentido de não ficarmos reféns de meios de transporte para com os planos traçados”, adianta Baptista Moda.
“Falta de pessoal técnico”
O Instituto Nacional de Acção Social em Sofala “tem também problemas da falta de pessoal técnico para suprir as suas necessidades”. Baptista Moda adianta: “os nossos recursos humanos são poucos”.
“Temos apenas 15 técnicos entre básicos e médios para realizar trabalhos em toda província de Sofala”.
“Estamos a trabalhar com pouco pessoal por falta de verbas para contratarmos mais funcionários. Esperamos que o fundo orçamental seja aumentado como forma de admitirmos mais pessoal”, concluiu Baptista Moda.
Este é mais um caso em que um Ministério absorve com o seu próprio funcionamento, instalações e meios verbas exorbitantes, para poder existir com uma vocação específica, mas depois os pressupostos destinatários, isto é aqueles a quem se presume que deva servir, acabam sujeitos às mais absurdas realidades como estas que aqui nos são descritas pelo delegado do INAS na Beira.
(Concei챌찾o Vitorino)
2008-03-25 07:26:00