Porto, 29 Mar (Lusa) - Um grupo de investigadores internacionais, que inclui cientistas do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, demonstrou que a vontade de comer n찾o está apenas relacionada com o sabor da comida.
O estudo, publicado esta semana pela revista científica "Neuron", conclui que o cérebro tem mecanismos capazes de detectar o valor calórico dos alimentos que interferem com o comportamento alimentar.
O que fica demonstrado é que a escolha de alimentos n찾o é dependente apenas do sabor, mas também do contributo em calorias que estes fornecem.
Segundo Albino Maia, investigador do IBMC e do Duke University Medical Center, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo, "este achado é obviamente importante no sentido em que participa, de forma relevante, no esclarecimento das bases neurobiológicas dos excessos alimentares que podem levar à obesidade".
Os autores realizaram experi챗ncias com ratinhos geneticamente modificados nos quais se eliminou a capacidade de sentir sabores.
Quando estes animais eram expostos a alimentos doces desenvolviam prefer챗ncia por subst창ncias doces desde que estas tivessem conteúdo calórico, apesar de n찾o sentirem esse sabor.
Ou seja, mesmo sem paladar, entre o ado챌ante ou a챌úcar, os animais escolhem o segundo.
Os investigadores verificaram ainda que "a orienta챌찾o comportamental desenvolvida era acompanhada da activa챌찾o de mecanismos no cérebro relacionados com a sensa챌찾o de prazer".
De facto, explicam os autores do estudo, "um dos neurotransmissores mobilizados pelo cérebro durante a experi챗ncia era a dopamina, muito conhecida pela sua rela챌찾o com a sensa챌찾o de prazer.
Neste trabalho, demonstrou-se que "a palatabilidade n찾o é a forma exclusiva de activar as vias de recompensa alimentar, mas que esta activa챌찾o pode ser feita por sistemas de codifica챌찾o do valor metabólico dos alimentos como o a챌úcar, através da activa챌찾o do sistema dopaminérgico".
PM.
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