Stresse: O Sal da Vida

Hans Selye introduziu no 창mbito da saúde o termo stresse. Retirou-o da engenharia, onde, desde o século XVII se utilizava esta palavra para definir a deforma챌찾o a que um objecto estava sujeito sob uma determinada carga. Para Selye o stresse é a resposta d

Hans Selye introduziu no 창mbito da saúde o termo stresse. Retirou-o da engenharia, onde, desde o século XVII se utilizava esta palavra para definir a deforma챌찾o a que um objecto estava sujeito sob uma determinada carga. Para Selye o stresse é a resposta do organismo induzida por uma agress찾o. O Stresse é assim entendido como uma sobrecarga.

A “resposta de stresse” é uma resposta automática do organismo à mudança e que permite accionar recursos excepcionais para percebermos melhor a situação, interpretarmos mais rapidamente o que é pedido e, finalmente decidirmos qual deve ser o comportamento a adoptar. Assim, a resposta de stresse, permite ao indivíduo enfrentar com êxito as situações mais difíceis.

É verdade que sem stresse não damos o melhor de nós, também é verdade que stresse a mais encerra-nos num ciclo vicioso cujos sintomas físicos são por nós bem conhecidos: aumento do ritmo cardíaco, da tensão muscular e da circulação sanguínea, dores de cabeça, dores nas costas e no estômago, indigestão, dificuldade em dormir, cansaço, tonturas, zumbido nos ouvidos, suar das mãos, etc. A nível mental sentimo-nos inquietos, ansiosos, inseguros e preocupados. Este mal-estar conduz-nos a adoptar comportamentos desajustados como sejam, fumar, comer ou beber em excesso.

O stresse é um excesso de tensão acumulada que nasce da nossa urgência interior em conciliar diferentes obrigações, solicitações, actividades e expectativas que dominam a nossa vida e que nos “puxam” cada uma para seu lado, todas reivindicando a sua prioridade.

Devemos ter a consci챗ncia de que se n찾o interrompemos este ciclo, haverá sempre uma altura em que os nossos sistemas v찾o falhar por desgaste.

Falando de stress pela positiva

É importante percebermos que perante o stresse não estamos indefesos. As investigações sobre stresse indicam que a forma como nós percebemos, interpretamos e fazemos frente às situações é determinante. Ou seja, se olharmos para a situação como um desafio a nossa perspectiva vai ser positiva e estimulante, se, pelo contrário, a situação for para nós percebida como uma ameaça vai ser pois uma situação stressante. O que significa que temos de começar por interiorizar que não estamos reféns dos acontecimentos e que podemos decidir como vamos reagir às situações que se nos deparam.

É importante percebermos a “resposta de stresse” como uma aliada para fazer face aos desafios da vida diária de uma forma mais rápida e ajustada.

O stresse, é o catalizador da mudança, obrigando-nos a adaptar a situações inesperadas de forma mais rápida e eficaz. É um estímulo para os desafios do dia-a-dia. É o sal da vida.

E quando é que o stresse é prejudicial?

Quando a “resposta de stresse” se mantém com uma frequência e intensidade desajustada pode ter consequências negativas. O organismo não pode manter, durante dias ou semanas, um nível elevado de activação, correndo o risco de se produzirem sérios transtornos físicos e emocionais.

O stresse, quando n찾o é bem gerido, afecta a qualidade de vida e as nossas rela챌천es afectivas. Esta realidade obriga-nos a repensar as prioridades e os critérios com que vivemos.

Em resumo, podemos concluir que não estamos indefesos perante o stresse, estando ao nosso alcance um conjunto de ferramentas que nos permite gerir o stresse quotidiano. Para isso é preciso conhecer os aspectos relacionados com o stresse, como se gera, como se mantém, quais os factores que o condicionam e o que podemos fazer para modificá-lo. É importante conhecer as técnicas que permitem controlar com eficácia o stresse e as suas possíveis consequências negativas. As investigações desenvolvidas sobre o stress permitem dar resposta a muitas dessas questões e oferecem soluções eficazes para controlar o stresse.

Assim, é possível aprender a gerir o stresse melhorando assim a qualidade de vida.

Autor: Sofia Mac-Bride
Psicopedagoga Clínica da PT ACS, Especialista em Ansiedade e Stress pela Universidade Complutense de Madrid