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notcias: Canal de Opinião, por José Maria Huambo
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 03/04/2008 20:54
Canal de Opini찾o, por José Maria Huambo
Mensagem aos Governantes de Angola

Luanda (Canal de Moçambique) – Caros Dirigentes. Tornou-se um hábito, longamente repetido, tratarem os vossos compatriotas como se fossem um aglomerado amorfo de pessoas cegas e ignorantes. Do vosso ponto de vista, o Povo não percebe dos problemas do País, não sabe o que se passa no mundo e é incapaz de avaliar a vossa gestão governativa.
Não somos um Povo especialmente cego e ignorante. Partilhamos das mesmas aspirações, das mesmas necessidades e dos mesmos problemas de todos os povos do mundo. É que todo o ser humano deseja ardentemente: sair da miséria e ter boa vida; viver neste mundo o mais tempo possível; aumentar os seus conhecimentos; participar activamente na vida da sua comunidade; usufruir da segurança da sua pessoa e dos seus bens.
Por isso, facilmente se constata que só governam bem os políticos que se esfor챌am por canalizar, de forma eficiente, laboriosa e disciplinada, todos os recursos, todos os investimentos e todas as potencialidades do País na cria챌찾o de condi챌천es que contribuam para que os seus compatriotas possam ter boa vida (Economia e Finan챌as), viver mais tempo (Saúde e Nutri챌찾o), aumentar os seus conhecimentos (Educa챌찾o e Cultura), participar activamente na vida das sua comunidade (Democracia) e usufruir da seguran챌a das suas pessoas e dos seus bens (Paz, Ordem e Justi챌a).
Assim, ter uma casa, roupa, comida, paz e sossego de modo a gozarmos de uma passagem digna e feliz por este mundo, não é um favor que um Presidente, um Governo ou um Partido Político nos faz por mera compaixão. É, sim, um sagrado direito, aprovado por Deus e consagrado universalmente pelos homens de boa vontade. Construir escolas e hospitais, humanizar os serviços de assistência medico-medicamentosa, melhorar o emprego, a saúde, a educação e as condições de vida dos compatriotas não é um acto de caridade dependente da caprichosa vontade dos dirigentes. É, sim, uma obrigação fundamental do Governo e um sagrado dever do Estado.

Caros Dirigentes

Os tempos mudaram. A velha táctica de desinforma챌찾o e de oculta챌찾o de factos para manter os angolanos na ignor창ncia e no obscurantismo já n찾o funciona em pleno. Porque os angolanos viajam cada vez mais pelo país e pelo mundo, v챗em mais canais televisivos estrangeiros e, por isso, comparam cada vez mais a realidade nacional com a realidade dos países sérios, prósperos e organizados.
Por esta razão, a virulenta estratégia de silenciamento da imprensa privada e de descrédito dos jornalistas que mais se distinguem nas sucessivas denúncias dos vossos desmandos e da vossa longa e desastrosa gestão governativa constitui um desperdício de recursos e de energias. É que o Povo não precisa de ler o Folha 8, o Angolense, o Agora ou outro jornal privado para avaliar a vossa longa governação nem para ter consciência dos enormes obstáculos que enfrenta nesta longa luta para sair da miséria e usufruir dos abundantes lucros das riquezas do País. O Povo sabe que vive numa sociedade cada vez mais injusta onde a pobreza absoluta da maioria convive lado a lado com a riqueza ostensiva de alguns.
Os que vivem nas províncias n찾o precisam de ouvir a Rádio Ecclesia para avaliar a vossa longa governa챌찾o nem para ter consci챗ncia das suas precárias condi챌천es de saúde e nutri챌찾o. O Povo sente diariamente na pele e sabe perfeitamente que está longe de usufruir das condi챌천es que lhe permitam viver neste mundo o mais tempo possível. Todos conhecem as inumanas e caóticas condi챌천es dos hospitais públicos. Todos sabem que é por causa da vossa indiferen챌a perante o desumano estado da saúde nacional que os óbitos abundam entre eles como uma praga. E n찾o há ninguém que n찾o tenha perdido um ente querido por causa de doen챌as facilmente curáveis.

Caros Dirigentes

As necessidades e as aspira챌천es dos cidad찾os est찾o em constante mudan챌as. Por isso, os problemas do Povo s찾o intermináveis e nenhum governo é suficientemente bom e esfor챌ado para acabar com os problemas do país, com as críticas da oposi챌찾o e com as frequentes exig챗ncias do povo.
Por exemplo, Portugal tem um sistema de saúde que, comparado com o nosso, é excelente. Mas mesmo assim, os portugueses estão sempre a exigir melhores condições de saúde e de acesso aos mais avançados meios capazes de prolongar as suas vidas. A França tem um dos melhores sistemas de segurança social do mundo. O Estado protege os franceses no desemprego, na doença, na maternidade, na infância, na invalidez, na viuvez e na velhice. Mas mesmo assim, os franceses exigem melhorias dos subsídios sociais e o Governo tem sido obrigado a reformar e a melhorar o sistema. Os Estados Unidos têm um dos melhores e mais importantes sistemas de ensino do mundo. Para aumentarem os seus conhecimentos, os americanos dispõem das mais modernas e poderosas ferramentas de formação, informação e comunicação. Mas mesmo assim, têm sido inúmeros e muito acesos os debates que exigem melhorias no sistema de ensino vigente e os candidatos às eleições estão a prometer mais e melhor educação para os americanos.
Se os povos das sociedades desenvolvidas continuam a exigir dos seus eficazes e excelentes governos mais e melhores condi챌천es, porque haveriam os angolanos de se resignarem perante um dos mais inoperantes modelos de Estado, uma das mais ineficazes estruturas de gest찾o governativa e um dos mais corruptos aparelhos de administra챌찾o pública?!

Caros Dirigentes

A vida é breve e já pesam sobre as nossas efémeras vidas longos anos de duras prova챌천es, intensas priva챌천es, abundantes canseiras e longos sofrimentos. N찾o temos toda a eternidade para continuarmos a espera de um futuro que tarda a chegar, de promessas que nunca se realizam e de projectos que raramente se traduzem na melhoria do nosso bem-estar físico e espiritual. Já n찾o suportamos mais vermos os nossos entes queridos partirem deste mundo sem terem usufruído da vida digna que as imensas riquezas de Angola lhes poderiam proporcionar e sem terem gozado da felicidade que merecem.
Por isso, chega de desculpas! É chegada a hora dos angolanos acederem a todas as coisas de que necessitam para levarem uma vida verdadeiramente humana. Precisamos, por isso, de dirigentes com outra mentalidade e com outro estilo de governar. Enfim, como bem dizia Agostinho Neto é necessário que os dirigentes sejam honestos, modestos e activos e que não se poupem a esforços para a boa orientação e organização do seu Povo. É necessário que estejam sempre ao lado do povo, no seu sofrimento e nos seus sacrifícios.
Aqueles que se acharem incapazes de carregar sobre os seus ombros a espinhosa responsabilidade de canalizar, de forma eficiente, laboriosa e disciplinada, todos os recursos, todos os investimentos e todas as potencialidades do País na criação de condições que contribuam para o bem-estar físico e espiritual dos angolanos, acho melhor abandonarem o Governo e retirarem-se da política. Porque, como bem disse o Cardeal do Nascimento, Arcebispo Emérito de Luanda, não se vai à política para se enriquecer. Vai-se à política para engrandecer a Pátria, ajudar os mais desfavorecidos e para ajudar o país a cumprir o seu destino. Aqueles que vão à política para ter uma carteira recheada de dinheiro, erram na vocação.

(José Maria Huambo)

2008-04-03 06:30:00


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