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General: Uma arma sem precisão, só para servir o instinto"
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 12/04/2008 14:24

Joaquim Silva
Ex-combatente no Ultramar
Recebi uma G3 novinha, acabadinha de desencaixotar. No dia 4 de Janeiro de 1967. Logo ao segundo dia de tropa". O esforço de Joaquim Silva para encontrar, na memória longa, a G3 em que se iniciou nas lides castrenses é tão diminuto quanto o apreço que nutria pelas qualidades de tal espingarda "Não tinha precisão nenhuma", garante. E poucos estarão tão habilitados para opinar sobre virtudes e defeitos da G3 como o então furriel Silva. Apesar de nunca ter disparado um tiro até à recruta em Tavira, desbravou capim em Tete, Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores 2359, para lá enviada a 24 de Abril de 1968, com a especialidade de atirador. Tinha 23 anos.
Adestrado a disparar tudo quanto fizesse fogo, Joaquim Silva rapidamente concluiu que aquela "era uma arma para servir o instinto assim que o inimigo se aproximasse, era disparar rajadas sem fazer pontaria, porque n찾o tinha precis찾o para o tiro certeiro". No entanto, por vezes, nem para uma nem para o outro: "Só disparei uma vez em situa챌찾o de perigo real, em contacto directo com o inimigo. Mas logo que deu o primeiro tiro, a G3 encravou", recorda Silva, cujo apuro iminente foi resgatado pela presen챌a de mais de uma dúzia de camaradas cujas G3 dispararam - muito e bem - resolvendo a "situa챌찾o".
Não obstante a desfeita, Silva permaneceu fiel à sua espingarda, a quem dedicava grandes atenções, limpando-lhe os mecanismos uma vez por semana "Em dois anos de mato, nunca a larguei em lado nenhum. Para onde quer que fosse, levava-a sempre comigo. Sempre", assegura. E, no entanto, largá-la foi das emoções mais gratas que experimentou: "Entreguei a minha G3 a 22 de Maio de 1970". Desde então, nunca mais pegou noutra. "E não tenho saudades nenhumas", garante o furriel, natural de Rio Tinto, Gondomar, e hoje pai de duas filhas e gerente de uma tipografia no Porto.


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