Na minha terra, antigamente, quando alguém falecia, o velório era feito em casa. Quaisquer duas cadeiras da mobília, com as costas uma para a outra, davam um esquife e o altar era uma pequena mesa a condizer, com as repectivas lamparinas.
Conta-se que tinha morrido uma senhora ainda muito jovem,
que deixou órfão um filho de uns 4 ou 5 anos. Durante o velório, com as pessoas amigas e de família juntas, o miúdo também andava por ali e foi meter-se entre os joelhos do pai que chorava a perda da esposa nestes termos:
- "E agora o que é que eu vou fazer a este que tenho aqui entre as pernas?"
Do outro lado da sala, respondeu-lhe uma irm찾 da defunta:
- "Deixe lá, cunhado, que eu vou cuidar dele..."
A situação deu uma natural explosão de risos velados. Mais tarde a cunhada casou mesmo com o viúvo e acabou por tratar do órfão...
Espadinha