Maputo (Canal de Moçambique) – Apesar de confirmado ao «Canal de Moçambique» por Boste Marizane, inspector de Migração na fronteira da Machipanda com Mutare (ex-Untali), o Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) nega ter havido aumento de cidadãos zimbabweanos a atravessarem as fronteiras do seu país para Moçambique, após a realização das eleições naquele país vizinho, a 29 de Março do corrente ano. Esta posi챌찾o da PRM vem contradizer o que fora afirmado pelas autoridades migratórias da fronteira da Machipanda, na província de Manica, que falaram ent찾o de "tend챗ncia de aumento de zimbabweanos a atravessarem a fronteira para Mo챌ambique após as elei챌천es do dia 29 de Mar챌o". Numa entrevista concedida a este diário, o inspector de migra챌찾o no distrito de Machipanda, Boste Marizane, disse "ter havido aumento significativo de cidad찾os zimbabweanos a imigrarem para Mo챌ambique, após as elei챌천es de 29 de Mar챌o (vsff Canal n.º 551, de 16.04.2008). Na ocasi찾o, Marizane fez disse que "muitos imigrantes zimbabweanos que entram no País n찾o retornam para o seu país" ou, quando o fazem, "n찾o usam o mesmo posto fronteiri챌o que usaram para a entrada". Dados ilustrativos A titulo apenas ilustrativo, o serviço de Migração no posto fronteiriço de Machipanda falou-nos dos registos nos dias 27 e 28 de Março de zimbabweanos que entrarem em Moçambique. Foram ao todo 201. No próprio dia das eleições (29 de Março) 215 zimbabweanos atravessarem a fronteira para o nosso país. Nestas datas 307 zimbabweanos regressaram à proveniência. De acordo com a mesma fonte, o cenário viria a mudar no dia 30 de Março. A migração registou a entrada de pelo menos 348 zimbabweanos. Apenas 40 regressaram à proveniência. Comando Geral desconhece (?) estes dados Na expectativa de saber o que está sendo feito pela Polícia, com o sentido de conter o fluxo dos imigrantes zimbabweanos, que segundo moradores de zonas circunvizinhas “está a criar perturbação da vida normal”, contactámos as autoridades policiais. Pedro Cossa, porta-voz do comando geral da PRM, disse que "a Polícia n찾o está preocupada com o que se passa nas fronteiras entre Mo챌ambique e Zimbabwe, pois, a migra챌찾o está a decorrer normalmente, como vinha decorrendo antes das elei챌천es" . Pedro Cossa afirma que "o Comando Geral da PRM n찾o tem nenhum conhecimento sobre o aumento de fluxo imigratório de zimbabweanos para Mo챌ambique". Disse-o no entanto demonstrando aparente desconhecimento sobre os dados apresentados pela Direc챌찾o de Migra챌찾o de Machipanda. Visto que todas as ocorr챗ncias do género registadas a nível nacional, chegam semanalmente no Comando Geral da PRM, espanta que o porta-voz n찾o tenha conhecimento deste dados, que foram divulgados, já passam tr챗s semanas. Perante nossa insist챗ncia, Pedro Cossa diz que "n찾o se pode considerar o aumento de imigrantes zimbabweanos em Machipanda como consequ챗ncia da eminente crise pós eleitoral no Zimbabwe". E justifica: "Machipanda é um posto de comércio comum entre os dois países". Nota-se a tentativa de encobrimento do impacto da crise pós eleitoral no Zimbabwe, por parte das autoridades moçambicanas. Porém, questiona-se: até aonde será possível gerir tal impacto sem dar a cara à verdade? (Borges Nhamirre)
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