Encontrámo-la na regi찾o de Javanhane, posto administrativo de Chivongwene, no distrito de Guijá, ladeada de muitas crian챌as carentes e vulneráveis tratando-a carinhosamente por vovó Olinda
Fomos ao seu encalço, munidos de informações segundo as quais se tratava de uma figura muito apaixonada por crianças e por outras pessoas vulneráveis como são os casos de idosos e pessoas portadoras de deficiência.
“Olha, eu tenho muita pena porque as condições que temos aqui só nos permitem dar assistência a estas 36 crianças, graças ao apoio generoso que nos tem sido concedido pela Federação Luterana Mundial, através de material e uniforme escolar, entre outras coisas”, disse Olinda Mulhanga.
A sua paix찾o por esta actividade humanitária remota desde os tempos do conflito armado dos 16 anos, quando na altura vivia na companhia do seu falecido marido em Ressano Garcia, na província do Maputo, e na capital provincial de Gaza, cidade de Xai-Xai.
Segundo a nossa entrevistada, foi em Xai-Xai, onde teve a primeira oportunidade de receber apoio, através de uma organiza챌찾o n찾o-governamental internacional denominada Save the Children. Disse que foi esta institui챌찾o que lhe ensinou como tratar ou cuidar de gente em condi챌천es de vulnerabilidade.
“Foi de facto em Xai-Xai onde comecei a sentir-me útil à sociedade. Foi ali onde acreditei que é possível ajudar ao próximo mesmo sem dinheiro”, disse Mulhanga.
Segundo conta, decidiu fixar-se em Javanhane, em 2001, após a morte do seu marido e aqui constatou que as dificuldades eram bem maiores em rela챌찾o aos sítios por onde passou.
Devido à SIDA que está a causar luto em muitas famílias, situação que leva a que crianças e idosos fiquem numa situação de vulnerabilidade, movida pelo entusiasmo de fazer algo por aquela comunidade que a viu nascer há 70 anos, Olinda Mulhanga liderou a formação de uma associação de ajuda a pessoas vulneráveis, nomeadamente crianças órfãs, idosos desamparados e portadores de deficiências.
âEstamos a trabalhar com todas as nossas energias com o objectivo de tentar fazer algo para minimizar o sofrimento de milhares de pessoas aqui em Javanhane, uma terra semi-árida com enormes problemas de falta de água potávelâ, lamentou a nossa interlocutora.
Tendo em vista minimizar as dificuldades que as crianças e outras pessoas carentes enfrentam em Javanhane, a sua agremiação tem estado nos últimos dois anos a desenvolver actividades agrícolas junto às margens do rio Limpopo, numa área estimada em dois hectares.
Até ao momento, os resultados, segundo vovó Olinda, não têm sido animadores, devido à seca severa que fustiga a região sul do país. Contudo, com a indicação de que dentro em breve se deverá alocar uma moto-bomba e uma junta de bois à associação, renasce a esperança de uma eventual melhoria de vida das crianças, idosos e portadores de deficiência. “É que a moto-bomba vai nos permitir trabalhar e produzir sem depender da queda das chuvas que têm sido irregulares”, afirmou.
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