Chimoio (Canal de Moçambique) Depois de um interregno, grupos de malfeitores voltaram à carga na vila ferroviária de Gôndola, distrito de mesmo nome, província de Manica, no Corredor da Beira, protagonizando assaltos de vária índole a pessoas e residências, com recurso a armas brancas. O registo policial, indica que a maioria dos casos de assalto ocorrem na calada da noite, com incid챗ncia nos bairros Mussessua, 3 de Fevereiro, 7 de Abril e Josina Machel. Os malfeitores para lograrem os seus intentos usam instrumentos contundentes, como facas, catanas, pé-de-cabra entre outros. Entretanto cidadãos que contactaram a reportagem do «Canal de Moçambique» e do Semanário Zambeze no local, criticaram e acusaram a máquina que administra a justiça estacionada naquele ponto de Manica, nomeadamente a Policia da República de Moçambique e a Procuradoria, por segundo eles, essas instituições “nada estarem a fazer” para contornar a situação que tende a alarmar mais e mais cada dia que passa. “Os índices criminais estão a subir e a aterrorizar a vila, mas as autoridades de tutela estão a fazer vista grossa à situação. Mas a população é que sofre com isso”, disse-nos Joaquim Manuel, residente no bairro Mussessua. Soubemos da mesma fonte que em menos de uma semana, na parcela em que vive, tr챗s resid챗ncias foram assaltadas e um dos inquilinos ficou gravemente ferido devido aos golpes desferidos pelos malfeitores na sua ac챌찾o durante o roubo. O nosso entrevistado, que foi vitima de uma acção idêntica perpetrada por dois indivíduos aparentemente bem trajados, que apoderaram-se do seu telefone celular quando este atendia um parente na via publica, disse que há acções de assalto que ocorrem nas “barbas” de polícias. A fonte foi mais longe ao afirmar que alguns dos indiciados em actos criminais têm sido vistos durante o dia ao seu bel prazer nas “ruelas” da vila sob olhar impotente das autoridades policiais. Uma outra fonte, a coberto do anonimato, disse-nos que na 4.짧 feira ultima se indignou com a actua챌찾o da polícia. Diz que quando solicitou a interven챌찾o da corpora챌찾o para socorrer um assalto a uma resid챗ncia vizinha, um agente da PRM (n찾o identificado) respondeu-lhe que o comando estava desprovido de meios circulantes e com insufici챗ncia de recursos humanos. O mesmo interlocutor, disse-nos que na tarde do mesmo dia a única viatura da PRM estava estacionada numa das barracas dum mercado local, que se alega pertencer ao chefe da polícia em G척ndola. Contactado o chefe das opera챌천es no Comando Distrital da PRM em G척ndola, Francisco António Matandalasse, este n찾o confirmou nem desmentiu o recrudescimento da criminalidade em G척ndola. “Sei que apenas durante a semana registamos dois casos de furto qualificado”, disse Matandalasse. Garantiu entretanto que a policia naquela vila tem redobrado esforços no combate à criminalidade e a garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas. Faz tudo o que a população diz não ter ultimamente. Revolta popular Refira-se que num passado recente um grupo de cidadãos residentes na vila de Gondola paralisou a sede do distrito com uma manifestação, revoltada pela impunidade de que beneficiam os criminosos, segundo eles “com conivência do procurador distrital e de agentes policiais”. Nesta altura a policia foi obrigada a disparar para acalmar a agitação já mais vista localmente e que paralisou por varias horas o hospital distrital, onde se encontrava em tratamento um “Gang” que na noite anterior havia enfrentado a população após esta ter neutralizado os meliantes em plena acção, a assaltar nas periferias da vila. Nessa altura a policia agrediu a popula챌찾o e esta respondeu arremessando pedras, culminando a batalha campal com ferimentos graves em seis agentes policiais e destrui챌찾o de vidros de duas viaturas de patrulha. No confronto entre a policia e os manifestantes, 18 pessoas ficaram feridas tr챗s das quais em estado grave, atingidas por balas perdidas da policia usadas para dispersar a popula챌찾o. Ficaram igualmente danificadas 7 viaturas, incluindo 2 da policia e uma do mandatado do governador, que ficaram com vidros estilha챌ados pelas pedras. Apurámos no local da revolta que a população de Gondola recorreu a tais métodos, após vários e constantes apelos às estruturas administrativas para que se deixassem de assegurar impunidade aos “criminosos” manipulando o sector da Justiça no distrito. “Depois de muitas denúncias e sem me intrometer em assuntos de justiça, eu pessoalmente mantive conversa com o procurador distrital [acusado de inocentar criminosos] sobre a sua actuação”, contou-nos então a administradora do distrito de Gondola, Catarina Dinis. (José Jeco, Chimoio, 19.05.08) |