Maputo (Canal de Moçambique) – O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Moçambicana dos Desmobilizados de Guerra (AGEMOD), Joaquim Manuel, acusa a Primeira-ministra, Luísa Diogo de estar a fazer vista grossa e a esquivar-se de explicar o paradeiro dos alegados 15 milhões de meticais, alegadamente aplicados na «AGEMOD» para a construção e apetrechamento das suas instalações, quando ocupava o cargo de ministra das Finanças. Entretanto, aquele mesmo dirigente disse que os desmobilizados, vezes sem conta, solicitaram um encontro com a PM no sentido de esclarecer melhor o assunto e saber quem recebeu o tal valor que segundo Joaquim Manuel "nunca foi visto nem em papéis". Em exclusivo ao «Canal de Mo챌ambique», Joaquim Manuel come챌ou por dizer que "agora que falamos de metical da nova família s찾o 15 milh천es de meticais e 15 bili천es na velha família". De seguida ele afirmou que membros da agremiação que dirige “andam muito agastados com as atitudes da Primeira-ministra” devido ao facto “de lhes acusar de terem recebido 15 milhões de meticais e ainda recusar-se de manter um encontro connosco para esclarecer o assunto”. “Mas andou a publicitar na Assembleia da República, que os desmobilizados de guerra receberam 15 milhões de meticais através da «AGEMOD»”. O que a Primeira-ministra diz “é mentira!”, afirma peremptoriamente Joaquim Manuel, presidente da AGEMOD. Ele diz também: “Não temos nenhum papel que fale desses 15 milhões de meticais nem sabemos quanto é que custaram as nossas instalações”. E como se não bastasse dizer que ninguém na AGEMOD sabe quanto custaram as instalações construídas, Joaquim Manuel refere: “Elas até ainda não foram concluídas. Estão sendo erguidas em fases, sendo a última a mais dispendiosa de todas”. “Fizemos mais de dez cartas à Primeira-Ministra para nos receber em audiência de modo a nos explicar melhor quem foi que recebeu os tais 15 milhões de meticais, mas nunca aceitou nos receber", disse. Segundo Joaquim Manuel, a recusa da Primeira-Ministra em manter um encontro com os desmobilizados de guerra para se explicar, leva-os a concluir que os referidos 15 milhões de meticais “constituem um dinheiro tirado dos cofres do Estado em nome dos desmobilizados e que comeram, para de seguida anunciarem no parlamento, na Assembleia da República, que locaram na Agência Moçambicana dos Desmobilizados de Guerra". Governo n찾o cumpre nenhum acordo de Roma Mais adiante, Joaquim Manuel afirmou que os desmobilizados que se consideram agora marginalizados já perceberam que “nenhuma coisa do que foi acordado em Roma está sendo implementado pelo Governo moçambicano. O que se disse nessa altura como direito dos desmobilizados era só para o inglês ver”. “Recentemente soubemos de uma fonte no Ministério das Finanças que o Governo está a preparar a compra de uma outra frota de autocarros de luxo. Fomos informados por pessoas da sociedade que não nos escondem nada”, disse para de seguida acrescentar que “em Fevereiro deste ano o Governo importou Mercedes para os seus quadros, no lugar de adquirir autocarros para a sociedade que neste momento está a enfrentar a crise de transporte”. Numa outra passagem Joaquim Manuel anuncia: “tivemos uma reunião com o ministro das Finanças, Manuel Chang no sentido de pressioná-lo a proceder ao início da construção da última fase da «AGEMOD»”. “Este ministro deve também nos entregar 4 viaturas, 2 motorizadas, e 12 rádios de comunicação conforme o acordado no mandato de Tomaz Salomão, quando ele ainda ministro das Finanças”, observa também Joaquim Manuel. Guebuza recusa visitar «AGEMOD» Num outro contexto, Joaquim Manuel refere que “por várias vezes convidámos o presidente da República, Armando Guebuza, para visitar a Agência Moçambicana dos Desmobilizados de Guerra mas não compareceu. Apenas mandou o seu conselheiro, o general Eduardo Silva Nihia com uma delegação. Ele como presidente não quer pôr os pés aqui”, disse o presidente da AGEMOD, a terminar. (Emildo Sambo) |