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notcias: História: China recusou patrocinar frente afro-asiática das ex-colónias portugue
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 19/06/2008 14:25
História: China recusou patrocinar frente afro-asiática das ex-colónias portuguesas - investigador

19 de Junho de 2008, 09:17
Lisboa, 19 Jun (Lusa) - A China recusou patrocinar na década de 1950 uma frente afro-asiática das ex-colónias portuguesas, como defendia Viriato da Cruz, segundo um livro que tra챌a a vida e obra daquele nacionalista angolano, lan챌ado quarta-feira, em Lisboa.
Para as autoridades chinesas, "equiparar Macau e Timor às então colónias portuguesas em África era impensável", disse à Lusa o investigador Moisés Fernandes, um dos coordenadores do livro "Viriato da Cruz - O Homem e o Mito", que reúne ainda textos do médico Edmundo Rocha e do professor Francisco Soares, ambos angolanos e que residem em Portugal.
Viriato da Cruz, que nasceu em 1928, em Porto Amboim, Angola, e morreu em 1973, em Pequim, "chegou a ser a personalidade africana lusófona mais bem cotada junto do regime chinês", precisou à Lusa Moisés Fernandes, director do Instituto Confúcio, da Universidade de Lisboa.
O investigador adiantou que a sua participa챌찾o no livro visou "dar a conhecer o lado chin챗s da vida e obra" do nacionalista angolano, um dos fundadores do Movimento Popular de Liberta챌찾o de Angola (MPLA).
"Quando Viriato da Cruz quis formar o MPLA, tentou obter apoios junto das embaixadas da ent찾o Uni찾o Soviética e da China em Conacri. A ideia dele era criar uma frente, uma ampla frente afro-asiática de todas as colónias portuguesas, incluindo a liberta챌찾o de Macau e Timor", sublinhou.
"A URSS recusou, mas a China aceitou, embora limitando a exigência de independência às ex-colónias em África. A China não queria a libertação de Macau nem de Timor", continuou.
Viriato da Cruz aceitou a exig챗ncia chinesa e em 1960 ou 1961 viajou pela primeira vez para Pequim, acompanhado de Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano para a Independ챗ncia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
"E foi nessa altura que ele foi o portador do primeiro financiamento do MPLA. Os chineses entregaram-lhe um molho de notas, que escondeu num sobretudo. Foi o primeiro dinheiro que o MPLA recebeu para financiar as suas actividades", frisou.
A ligação à China reforçou-se com o desfecho da luta no seio do MPLA, em que a linha pró-soviética, liderada por Agostinho Neto, venceu a facção pró-chinesa, em que pontificavam Viriato da Cruz, Matias Migueis e José Miguel, entre outros.
Estes ex-dirigentes do MPLA juntaram-se depois à Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), liderada por Holden Roberto, levando Washington, que apoiava a organização, a recear por um eventual radicalismo nas acções.
"Posteriormente, Viriato da Cruz incompatibiliza-se com a FNLA e opta por aceitar o convite das autoridades chinesas para se radicar em Pequim", acrescentou Moisés Fernandes.
Em Pequim, dinamizou uma cis찾o na Organiza챌찾o dos Escritores Afro-Asiáticos, tutelada por Moscovo.
"Viriato da Cruz chegou a fazer múltiplas declarações de apoio ao Presidente Mao Zedong e à política chinesa, invectivando a prática revisionista dos soviéticos, como então Pequim caracterizava o movimento comunista tutelado por Moscovo, sendo convidado a efectuar um périplo pela Ásia e África", destacou.
Entre Janeiro e Fevereiro de 1967, quando regressa a Pequim, Viriato da Cruz elaborou um relatório sobre o périplo, concluindo que "a revolução maoista era impossível em África".
Para Viriato da Cruz, "a conjunção de elites corruptas, massas ignorantes e economias rudimentares inviabilizavam a oportunidade de uma revolução maoista em África".
"Ele estava convencido que escrevendo o relatório nada lhe aconteceria, dada a import창ncia e o prestígio que tinha alcan챌ado em Pequim", salientou Moisés Fernandes.
Instado a rever o relatório que escrevera, Viriato da Cruz recusou e em conformidade entrou em desgra챌a junto do Partido Comunista Chin챗s, "e é apanhado no turbilh찾o da Revolu챌찾o Cultural chinesa".
"Perde tudo e passa a viver de esmolas dos amigos. Ao mesmo tempo tenta sair da China, mas nem ele, nem a mulher, Maria Eugénia, ou a filha, s찾o autorizados a viajar. Ele sabia muitas coisas e os chineses receavam que Viriato da Cruz revelasse o que sabia", considerou.
"Um dia foi convocado pela polícia. Com medo, queimou tudo o que tinha escrito, todos os documentos sobre Portugal e as ex-colónias africanas", precisou Moisés Fernandes.
Isolado e sentindo-se abandonado, Viriato da Cruz alimenta a obsess찾o de sair da China, o que leva a mulher a um acto de desespero.
"A Maria Eugénia resolveu tomar uma atitude. E, para que fossem expulsos do país, derrubou, em 1971, a estátua de gesso de Mao Zedong que se encontrava no átrio do Hotel Amizade, em Pequim", relatou.
Remetidos para fora de Pequim, a família Viriato da Cruz é instalada no sul da capital chinesa, "possivelmente num campo de concentra챌찾o", numa área onde n찾o residiam estrangeiros e onde era mais fácil controlar os movimentos e os contactos que mantinha.
Sem qualquer meio de subsist챗ncia, Viriato da Cruz morre dois anos depois, vítima de um enfarte cardíaco - "é essa a vers찾o oficial" -, e só ent찾o a mulher e filha s찾o autorizadas a regressar a Pequim.
"A mulher enviou uma carta ao c척nsul de Portugal em Hong Kong, Carlos Sim천es Coelho, que a remeteu para Lisboa, endere챌ando ao director-geral da PIDE, Fernando Silva Pais", salientou Moisés Fernandes.
Autorizada a emiss찾o dos documentos de viagem, a mulher e a filha puderam finalmente viajar.
O livro, da responsabilidade da Editora Prefácio, vai ser igualmente lan챌ado em Luanda, neste caso pela editora Chá de Caxinde.
EL
Lusa/Fim


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